VERSO 23
yat-pādayor aśaṭha-dhīḥ salilaṁ pradāya
dūrvāṅkurair api vidhāya satīṁ saparyām
apy uttamāṁ gatim asau bhajate tri-lokīṁ
dāśvān aviklava-manāḥ katham ārtim ṛcchet
yat-pādayoḥ — aos pés de lótus de Vossa Onipotência; aśaṭha-dhīḥ — uma pessoa magnânima e sem duplicidade; salilam — água; pradāya — oferecendo; dūrvā — com gramíneas completamente desenvolvidas; aṅkuraiḥ — e com botões de flores; api — embora; vidhāya — oferecendo; satīm — muito elevada; saparyām — com adoração; api — embora; uttamām — o mais altamente elevado; gatim — destino; asau — tal adorador; bhajate — merece; tri-lokīm — os três mundos; dāśvān — dando-Vos; aviklava-manāḥ — sem duplicidade mental; katham — como; ārtim — a aflitiva condição de prisioneiro; ṛcchet — ele merece.
Oferecendo mesmo água, gramíneas recém-desenvolvidas ou botões de flores a Vossos pés de lótus, aqueles que não carregam consigo uma mentalidade dúplice podem alcançar a mais elevada posição dentro do mundo espiritual. Este Bali Mahārāja, sem duplicidade, acaba de oferecer tudo nos três mundos. Então, como ele pode merecer ficar aprisionado?
SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (9.26), afirma-se:
patraṁ puṣpaṁ phalaṁ toyaṁ
yo me bhaktyā prayacchati
tad ahaṁ bhakty-upahṛtam
aśnāmi prayatātmanaḥ
A Suprema Personalidade de Deus é tão bondoso que, se uma pessoa simples, com devoção e sem duplicidade, oferece aos pés de lótus do Senhor um pouco de água, uma flor, uma fruta ou uma folha, o Senhor aceita-os. Então, o devoto é promovido a Vaikuṇṭha, o mundo espiritual. Brahmā chamou a atenção do Senhor para este ponto e solicitou que libertasse Bali Mahārāja, que estava sofrendo por estar atado pelas cordas de Varuṇa, e que já dera tudo, incluindo os três mundos e tudo o que possuía.