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VERSO 13

kṣetra-jñāya namas tubhyaṁ
sarvādhyakṣāya sākṣiṇe
puruṣāyātma-mūlāya
mūla-prakṛtaye namaḥ

kṣetra-jñāya — àquele que conhece tudo do corpo externo; namaḥ — ofereço minhas respeitosas reverências; tubhyam — a Vós; sarva — tudo; adhyakṣāya — que estais superintendendo, dirigindo; sākṣiṇe — que sois a testemunha, Paramātmā, ou antaryāmī; puruṣāya — a Pessoa Suprema; ātma-mūlāya — que sois a fonte da qual tudo se origina; mūla-prakṛtaye — ao puruṣa-avatāra, a origem de prakṛti e de pradhāna; namaḥ — ofereço minhas respeitosas reverências.

Ofereço minhas respeitosas reverências a Vós, que sois a Superalma, o superintendente de tudo e a testemunha de tudo o que ocorre. Sois a Pessoa Suprema, a origem da natureza mate­rial e da totalidade da energia material. Sois também o proprietário do corpo material. Portanto, sois o completo supremo. Ofereço­-Vos minhas respeitosas reverências.

SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (13.3), o Senhor diz que kṣetra-jñaṁ cāpi māṁ viddhi sarva-kṣetreṣu bhārata: “Ó descendente de Bharata, deves entender que também sou o conhecedor presente em todos os corpos.” Todos nós pensamos: “Eu sou este corpo” ou “Este é o meu corpo”, mas, de fato, a verdade é bem diferente. Nossos corpos nos são dados pelo proprietário supremo. A entidade viva, que também é kṣetra-jña, ou alguém que conhece o corpo, não é o único proprietário do corpo; o verdadeiro proprietário do corpo é a Suprema Personalidade de Deus, que é o kṣetra-jña supremo. Por exemplo, podemos alugar e ocupar uma casa, mas, na verda­de, o proprietário da casa é o senhorio. Do mesmo modo, podemos receber determinada espécie de corpo que nos dá condições de des­frutar deste mundo material, mas o verdadeiro proprietário do corpo é a Suprema Personalidade de Deus. Ele é chamado sarvādhyakṣa porque tudo no mundo material funciona sob Sua supervisão. Con­firma-se isso na Bhagavad-gītā (9.10), onde o Senhor diz que mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sacarācaram: “Ó filho de Kuntī, esta natureza material, funcionando sob Minha direção, está pro­duzindo todos os seres móveis e imóveis.” A partir da prakṛti, ou natureza material, surgem grandes variedades de entidades vivas, incluindo os seres aquáticos, as plantas, as árvores, os insetos, os pássaros, os animais, os seres humanos e os semideuses. Prakṛti é a mãe, e a Suprema Personalidade de Deus é o pai (ahaṁ bīja-pradaḥ pitā).

A prakṛti pode proporcionar-nos corpos materiais, mas, como almas espirituais, somos partes integrantes da Suprema Personalidade de Deus. A Bhagavad-gītā (15.7) confirma isso: mamaivāṁśo jīva-loke jīva-bhūtaḥ sanātanaḥ. A entidade viva, sendo parte integrante de Deus, não é um produto deste mundo material. Portanto, o Senhor é des­crito neste verso como ātma-mūla, a fonte que origina tudo. Ele é a semente de tudo o que existe (bījaṁ māṁ sarva-bhūtānām). Na Bhagavad-gītā (14.4), o Senhor diz:

sarva-yoniṣu kaunteya
mūrtayaḥ sambhavanti yāḥ
tāsāṁ brahma mahad yonir
ahaṁ bīja-pradaḥ pitā

“Ó filho de Kuntī, deve-se compreender que é com o nascimento nesta natureza material que todas as entidades vivas, em todas as espécies de vida, tornam-se possíveis, e que Eu sou o pai que dá a semente.” As plantas, as árvores, os insetos, os seres aquáticos, os semideuses, os animais selvagens, os pássaros e todas as outras en­tidades vivas são filhos ou partes integrantes do Senhor Supremo, mas, como estão lutando munidos de diferentes mentalidades, receberam diferentes classes de corpos (manaḥ ṣaṣṭhānīndriyāṇi prakṛti-sthāni karṣati). Assim, eles se tornaram filhos da prakṛti, ou da natureza material, que é fecundada pela Suprema Personalidade de Deus. Neste mundo material, toda entidade viva luta pela existência, e a única maneira de alguém se salvar ou se aliviar do ciclo de nascimentos e mortes que forma o processo evolutivo é se render por completo. Indica isso a palavra namaḥ: “Ofereço-Vos minhas respeitosas reverências.”

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