VERSO 5
kālena pañcatvam iteṣu kṛtsnaśo
lokeṣu pāleṣu ca sarva-hetuṣu
tamas tadāsīd gahanaṁ gabhīraṁ
yas tasya pāre ’bhivirājate vibhuḥ
kālena — no decorrer do tempo (após milhões e milhões de anos); pañcatvam — quando todas as coisas ilusórias são aniquiladas; iteṣu — todas as transformações; kṛtsnaśaḥ — com tudo dentro desta manifestação cósmica; lokeṣu — todos os planetas, ou tudo o que existe; pāleṣu — mantenedores, tais como o senhor Brahmā; ca — também; sarva-hetuṣu — todas as existências causativas; tamaḥ — grande escuridão; tadā — então; āsīt — era; gahanam — muito densa; gabhīram — muito profunda; yaḥ — a Suprema Personalidade de Deus que; tasya — esta situação sombria; pāre — acima e além de; abhivirājate — existe ou brilha; vibhuḥ — o Supremo.
No decorrer do tempo, quando todas as manifestações de causa e efeito vigentes no universo, incluindo os planetas e seus diretores ou mantenedores, são aniquilados, reina uma densa escuridão. Acima dessa escuridão, entretanto, está a Suprema Personalidade de Deus, em cujos pés de lótus eu me refugio.
SIGNIFICADO—A partir dos mantras védicos, entendemos que a Suprema Personalidade de Deus situa-Se acima de tudo. Ele é supremo, superior a todos os semideuses, incluindo o senhor Brahmā e o senhor Śiva. Ele é o controlador supremo. Quando, por influência de Sua energia, tudo desaparece, a situação cósmica se torna uma densa escuridão. O Senhor Supremo, entretanto, é o brilho solar, como se confirma nos mantras védicos: āditya-varṇaṁ tamasaḥ parastāt. Em nossa experiência diária, quando, na Terra, ficamos na escuridão da noite, o Sol continua sempre brilhando em alguma parte do céu. Igualmente, a Suprema Personalidade de Deus, o Sol supremo, sempre permanece luminoso, mesmo quando toda a manifestação cósmica é aniquilada no devido curso do tempo.