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VERSO 28

ajasya cakraṁ tv ajayeryamāṇaṁ
manomayaṁ pañcadaśāram āśu
tri-nābhi vidyuc-calam aṣṭa-nemi
yad-akṣam āhus tam ṛtaṁ prapadye

ajasya — do ser vivo; cakram — a roda (o ciclo de nascimentos e mortes neste mundo material); tu — mas; ajayā — pela energia externa do Senhor Supremo; īryamāṇam — girando com muita força; manaḥ-mayam — que não passa de uma criação mental cujo principal alicerce é a mente; pañcadaśa — quinze; aram — possuindo raios; āśu — com muita rapidez; tri-nābhi — tendo três partes centrais (os três modos da natureza material); vidyut — como eletricidade; calam — movendo-se; aṣṭa-nemi — feito de oito cambas (as oito energias exter­nas do Senhor – bhūmir āpo ’nalo vāyuḥ etc.); yat — quem; akṣam — o cubo; āhuḥ — eles dizem; tam — a Ele; ṛtam — o fato; prapadye — ofereçamos nossas respeitosas reverências.

No ciclo de atividades materiais, o corpo material se assemelha à roda de uma quadriga mental. Os dez sentidos [cinco para desempenhar ações e cinco para obter conhecimento] e os cinco ares vitais dentro do corpo formam os quinze raios da roda da quadriga. Os três modos da natureza [bondade, paixão e ignorância] são os centros de suas atividades, e os oito ingredientes da natureza [terra, água, fogo, ar, céu, mente, inteligência e falso ego] constituem o aro da roda. Tal como a energia elétrica, a energia material externa move essa roda. Assim, a roda gira muito rapidamente em torno de seu cubo ou suporte central, a Suprema Personalidade de Deus, que é a Superalma e a verdade última. Oferecemos a Ele nossas respeitosas reverências.

SIGNIFICADO—Nesta passagem, descreve-se figurativamente o ciclo de repetidos nascimentos e mortes. Como se afirma na Bhagavad-gītā (7.5):

apareyam itas tv anyāṁ
prakṛtiṁ viddhi me parām
jīva-bhūtāṁ mahā-bāho
yayedaṁ dhāryate jagat

O mundo inteiro está funcionando porque a entidade viva, que é parte integrante do Senhor Supremo, utiliza a energia material. Sob as garras da energia material, o jivātmā está girando na roda de nascimentos e mortes, e tudo isso ocorre sob a direção da Suprema Personalidade de Deus. O ponto central é a Superalma. Como se explica na Bhagavad-gītā (18.61):

īśvaraḥ sarva-bhūtānāṁ
hṛd-deśe ’rjuna tiṣṭhati
bhrāmayan sarva-bhūtāni
yantrārūḍhāni māyayā

“O Senhor Supremo está situado no coração de todos, ó Arjuna, e está dirigindo as andanças de todas as entidades vivas, que estão sentadas num tipo de máquina feita de energia material.” O corpo material da entidade viva é o resultado das atividades da alma con­dicionada, e, como a Superalma é o amparo, a Superalma é a verdadeira realidade. Todos nós, portanto, devemos oferecer respeitosas reverências a essa realidade central. Ninguém deve se deixar desenca­minhar pelas atividades deste mundo material e, em consequência delas, esquecer-se do ponto central, a Verdade Absoluta. Essa é a instrução deixada aqui pelo senhor Brahmā.

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