VERSO 36
yac-cakṣur āsīt taraṇir deva-yānaṁ
trayīmayo brahmaṇa eṣa dhiṣṇyam
dvāraṁ ca mukter amṛtaṁ ca mṛtyuḥ
prasīdatāṁ naḥ sa mahā-vibhūtiḥ
yat — aquilo que; cakṣuḥ — olho; āsīt — tornou-se; taraṇiḥ — o deus do Sol; deva-yānam — a deidade que responde pelo caminho da liberação dos semideuses; trayī-mayaḥ — com o propósito de guiar no conhecimento védico de karma-kāṇḍa; brahmaṇaḥ — acerca da verdade suprema; eṣaḥ — este; dhiṣṇyam — o lugar para compreensão; dvāram ca — bem como o portão de entrada; mukteḥ — para a liberação; amṛtam — o caminho da vida eterna; ca — bem como; mṛtyuḥ — a causa da morte; prasīdatām — que Ele fique satisfeito; naḥ — conosco; saḥ — essa Suprema Personalidade de Deus; mahā-vibhūtiḥ — o todo-poderoso.
O deus do Sol marca o caminho da liberação, o qual se chama arcirādi-vartma. Ele é a principal fonte através da qual se podem compreender os Vedas, ele é a morada onde a Verdade Absoluta pode ser adorada, ele é a porta da liberação e a fonte da vida eterna, bem como a causa da morte. O deus do Sol é o olho do Senhor. Que esse Senhor Supremo, que é supremamente opulento, fique satisfeito conosco.
SIGNIFICADO—O deus do Sol é considerado o principal dos semideuses. Ele também é considerado o semideus que vigia o lado setentrional do universo. Ele ajuda as pessoas a compreenderem os Vedas. Como se confirma na Brahma-saṁhitā (5.52):
yac-cakṣur eṣa savitā sakala-grahāṇāṁ
rājā samasta-sura-mūrtir aśeṣa-tejāḥ
yasyājñayā bhramati saṁbhṛta-kāla-cakro
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi
“O Sol, cheio de refulgência infinita, é o rei de todos os planetas e a imagem da alma pura. O Sol é como o olho do Senhor Supremo. Adoro Govinda, o Senhor primordial; cumprindo a Sua ordem, o Sol realiza suas jornadas, montado na roda do tempo.” O Sol, em verdade, é o olho do Senhor. Nos mantras védicos, afirma-se que, a menos que a Suprema Personalidade de Deus veja, ninguém pode ver. A menos que haja luz solar, nenhuma entidade viva de algum planeta pode ver. Portanto, o Sol é considerado o olho do Senhor Supremo. Aqui se confirma isso pelas palavras yac-cakṣur āsīt e, na Brahma-saṁhitā, pelas palavras yac-cakṣur eṣa savitā. A palavra savitā significa o deus do Sol.