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VERSO 22

tvam ekaḥ sarva-jagata
īśvaro bandha-mokṣayoḥ
taṁ tvām arcanti kuśalāḥ
prapannārti-haraṁ gurum

tvam ekaḥ — Vossa Onipotência é de fato; sarva-jagataḥ — dos três mundos; īśvaraḥ — o controlador; bandha-mokṣayoḥ — tanto do cativeiro quanto da liberação; tam — esse controlador; tvām arcanti — adoram-te; kuśalāḥ — pessoas que desejam boa fortuna; prapanna-ārti-haram — que podes mitigar todas as aflições de um devoto que se refugia; gurum — tu que ages como um bom conselheiro de todas as almas caídas.

Ó senhor, és a causa do cativeiro e liberação a que se submete todo o universo porque és o seu governante. Aqueles que são avançados em consciência espiritual rendem-se a ti e, portanto, de ti é que vem a mitigação de suas aflições, e também sua liberação. Por­tanto, adoramos Vossa Onipotência.

SIGNIFICADO—De fato, o Senhor Viṣṇu mantém e traz a consumação de toda boa fortuna. Se a pessoa deve refugiar-se no Senhor Viṣṇu, por que os se­mideuses se refugiaram no senhor Śiva? Eles adotaram esse procedi­mento porque, no processo de criação do mundo material, o Senhor Viṣṇu age através do senhor Śiva. O senhor Śiva age em nome do Senhor Viṣṇu. Quando o Senhor diz na Bhagavad-gītā (14.4) que Ele é o pai de todas as entidades vivas (ahaṁ bīja-pradaḥ pitā), isso se refere às ações que o Senhor Viṣṇu realiza por intermédio do senhor Śiva. O Senhor Viṣṇu sempre está desapegado das atividades materiais, e, quando as atividades materiais precisam ser realizadas, o Senhor Viṣṇu realiza as mesmas através do senhor Śiva. Portanto, o senhor Śiva é adorado ao nível do Senhor Viṣṇu. Quando não é tocado pela energia externa, o Senhor Viṣṇu é o Senhor Viṣṇu, mas, quando está em contato com a energia externa, Ele aparece sob Seu aspecto de senhor Śiva.

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