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VERSO 19

asurāṇāṁ sudhā-dānaṁ
sarpāṇām iva durnayam
matvā jāti-nṛśaṁsānāṁ
na tāṁ vyabhajad acyutaḥ

asurāṇām — dos demônios; sudhā-dānam — distribuição do néctar; sarpāṇām — de serpentes; iva — como; durnayam — cálculo errôneo; matvā — com isso em mente; jāti-nṛśaṁsānām — daqueles que, por natureza, são muito invejosos; na — não; tām — o néctar; vyabhajat — repartiu; acyutaḥ — a Suprema Personalidade de Deus, que nunca Se deixa enganar.

Por natureza, os demônios são ardilosos como serpentes. Portanto, distribuir-lhes uma parte do néctar não era de modo algum reco­mendável, uma vez que isso poderia ser tão perigoso como fornecer leite a uma serpente. Analisando isso, a Suprema Personalidade de Deus, que nunca Se deixa enganar, não repartiu o néctar entre os demônios.

SIGNIFICADO—Afirma-se que sarpaḥ krūraḥ khalaḥ krūraḥ sarpāt krūrataraḥ khalaḥ: “A serpente é muito traiçoeira e invejosa, e também o é a pessoa demoníaca.” Mantrauṣadhi-vaśaḥ sarpaḥ khalaḥ kena nivāryate: “Através de mantras, ervas e medicamentos, pode-se controlar uma serpente, mas uma pessoa invejosa e desonesta não pode ser controlada de maneira alguma.” Considerando essa lógica, a Su­prema Personalidade de Deus julgou imprudente distribuir néctar aos demônios.

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