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VERSO 3

tasya dṛgbhyo ’bhavat putraḥ
somo ’mṛtamayaḥ kila
viprauṣadhy-uḍu-gaṇānāṁ
brahmaṇā kalpitaḥ patiḥ

tasya — dele, Atri, o filho de Brahmā; dṛgbhyaḥ — das lágrimas de júbilo que caíam dos olhos; abhavat — nasceu; putraḥ — um filho; somaḥ — o deus da Lua; amṛta-mayaḥ — cheio de raios suavizantes; kila — na verdade; vipra — dos brāhmaṇas; oṣadhi — das substâncias medicinais; uḍu-gaṇānām — e dos luzeiros; brahmaā — pelo senhor Brahmā; kalpitaḥ — foi apontado ou designado; patiḥ — o diretor supremo.

Das jubilosas lágrimas de Atri, nasceu um filho chamado Soma, a Lua, que é repleto de raios suavizantes. O senhor Brahmā o apontou como diretor dos brāhmaṇas, das substâncias medicinais e dos luzeiros.

SIGNIFICADODe acordo com a descrição védica, Soma, o deus da Lua, nasceu da mente da Suprema Personalidade de Deus (candramā manaso jātaḥ). Mas aqui verificamos que Soma nasceu das lágrimas dos olhos de Atri. Isso parece contradizer a informação védica, mas, na verdade, não contradiz, pois se sabe que esse nascimento da Lua trans­correu em outro milênio. Ao brotarem nos olhos impelidas pelo jú­bilo, as lágrimas são refrescantes. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura diz que dṛgbhya ānandāśrubhya ata evāmṛtamayaḥ: “Aqui, a palavra dṛgbhyaḥ significa ‘de lágrimas de júbilo’. Portanto, o deus da Lua chama-se amṛtamayaḥ, ‘cheio de raios refrescantes’.” No quarto canto do Śrīmad-Bhāgavatam (4.1.15), encontramos este verso:

atreḥ patny anasūyā trīñ
jajñe suyaśasaḥ sutān
dattaṁ durvāsasaṁ somam
ātmeśa-brahma-sambhavān

Este verso descreve que Anasūyā, a esposa de Atri Ṛṣi, gerou três filhos – Soma, Durvāsā e Dattātreya. Afirma-se que, na hora da concepção, foram as lágrimas de Atri que engravidaram Anasūyā.

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