VERSOS 39-40
yamunāntar-jale magnas
tapyamānaḥ paraṁ tapaḥ
nirvṛtiṁ mīna-rājasya
dṛṣṭvā maithuna-dharmiṇaḥ
jāta-spṛho nṛpaṁ vipraḥ
kanyām ekām ayācata
so ’py āha gṛhyatāṁ brahman
kāmaṁ kanyā svayaṁvare
yamunā-antaḥ-jale — nas profundezas da água do rio Yamunā; magnaḥ — completamente submerso; tapyamānaḥ — executando austeridades; param — incomum; tapaḥ — austeridade; nirvṛtim — prazer; mīna-rājasya — de um grande peixe; dṛṣṭvā — vendo; maithuna-dharmiṇaḥ — ocupado em atividades sexuais; jāta-spṛhaḥ — desejou sexo; nṛpam — ao rei (Māndhātā); vipraḥ — o brāhmaṇa (Saubhari Ṛṣi); kanyām ekām — uma filha; ayācata — pediu; saḥ — ele, o rei; api — também; āha — disse; gṛhyatām — podes levar; brahman — ó brāhmaṇa; kāmam — conforme ela deseje; kanyā — filha; svayaṁvare — uma escolha pessoal.
Nas profundezas da água do rio Yamunā, Saubhari Ṛṣi estava ocupado em austeridades quando viu um casal de peixes dedicados à atividade sexual. Com isso, ele percebeu o prazer da vida sexual e, induzido por esse desejo, foi ter com o rei Māndhātā e pediu-lhe uma das filhas. Em resposta a esse pedido, o rei disse: “Ó brāhmaṇa, minhas filhas podem aceitar qualquer esposo que elas mesmas escolherem.”
SIGNIFICADO—Este é o começo da história de Saubhari Ṛṣi. De acordo com Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, Māndhātā era o rei de Mathurā, e, submerso nas profundezas do rio Yamunā, Saubhari Ṛṣi estava ocupado em austeridades. Ao sentir o desejo sexual, o ṛṣi emergiu da água e foi até o rei Māndhātā para pedir que uma das filhas do rei se tornasse sua esposa.