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VERSO 23

yaḥ śāstra-vidhim utsṛjya
vartate kāma-kārataḥ
na sa siddhim avāpnoti
na sukhaṁ na parāṁ gatim

yaḥ—qualquer um que; śāstra-vidhim—as regulações das escrituras; utsṛjya—abandonando; vartate—permanece; kāma-kārataḥ—agindo por capricho em luxúria; na—nunca; saḥ—ele; siddhim—perfeição; avāpnoti—alcança; na—nunca; sukham—felicidade; na—nunca; parām—o supremo; gatim—estágio de perfeição.

Aquele que põe de lado os preceitos das escrituras e age conforme os próprios caprichos não alcança a perfeição, a felicidade, nem o destino supremo.

Como se descreveu antes, o śāstra-vidhi, ou a orientação śāstrica, serve para as diferentes castas e ordens da sociedade humana. Espera-se que todos sigam essas regras e regulações. Se alguém não as seguir e, sendo caprichoso, agir segundo sua luxúria, cobiça e desejo, então jamais terá uma vida perfeita. Em outras palavras, um homem talvez tenha completo conhecimento teórico sobre este assunto, mas se não o põe em prática, deve então ser conhecido como o mais baixo da humanidade. Na forma de vida humana, espera-se que o ser vivo seja são e que siga as regulações indicadas para elevar sua vida à plataforma mais elevada, mas se não as segue, ele então se degrada. E mesmo que siga as regras, regulações, e princípios morais, sem entretanto, chegar enfim à fase em que se compreende o Senhor Supremo, aí então, todo o seu conhecimento se perde. Mas mesmo que aceite a existência de Deus, se ele não se ocupa no serviço do Senhor, seus esforços serão inúteis. Portanto, deve haver uma elevação gradual à plataforma da consciência de Kṛṣṇa e serviço devocional, só assim pode-se então atingir a mais elevada etapa de perfeição, e de nenhuma outra forma.

A palavra kāma-kārataḥ é muito significativa. Aquele que deliberadamente viola as regras age com luxúria. Ele sabe que é proibido, mas mesmo assim age. Isto se chama agir por capricho. Ele sabe que aquilo deve ser feito, mas mesmo assim não o faz; por isso, é chamado de caprichoso. Tais pessoas estão fadadas a serem condenadas pelo Senhor Supremo. Essas pessoas não podem atingir a perfeição reservada à vida humana. A vida humana destina-se especificamente à purificação da existência, e quem não segue as regras e regulações não pode purificar-se, nem pode alcançar a fase da verdadeira felicidade.

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