VERSO 59
tato duḥsaṅgam utsṛjya
satsu sajjeta buddhi-mān
santa evāsya chindanti
mano-vyāsaṅgam uktibhiḥ
tataḥ — portanto; duḥsaṅgam — más companhias; utsṛjya — abandonando; satsu — com os devotos; sajjeta — deve-se associar-se; buddhimān — uma pessoa inteligente; santaḥ — devotos; eva — certamente; asya — de uma pessoa; chindanti — cortam; manaḥ-vyāsaṅgam — apegos desfavoráveis; uktibhiḥ — com suas instruções.
“Portanto, deve-se evitar as más companhias e associar-se somente com devotos. Tais santos, com suas instruções vivenciadas, podem cortar o nó que vincula uma pessoa a atividades desfavoráveis ao serviço devocional.”
SIGNIFICADO—Este verso, que aparece no Śrīmad-Bhāgavatam (11.26.26), foi falado pelo Senhor Kṛṣṇa a Uddhava no texto conhecido como Uddhava-gītā. A conversa se relaciona com a história de Purūravā e da cortesã celestial Urvaśī. Quando Urvaśī deixou Purūravā, a saudade afetou-o profundamente, o que o forçou a aprender a superar sua aflição.
Indica-se que, para aprender a ciência transcendental, é imprescindível evitar a companhia de pessoas indesejáveis e sempre buscar a companhia de santos e sábios que sejam capazes de administrar lições de conhecimento transcendental. As potentes palavras de tais almas realizadas penetram o coração, erradicando, assim, todas as apreensões acumuladas por anos de associação indesejável. Para o devoto neófito, há duas classes de pessoas cuja associação é indesejável: (1) os materialistas grosseiros constantemente ocupados em gozo dos sentidos e (2) os descrentes que não servem à Suprema Personalidade de Deus, senão que servem a seus sentidos e a seus caprichos mentais em termos de seus hábitos especulativos. Pessoas inteligentes que buscam a compreensão transcendental devem evitar muito escrupulosamente a companhia dessas duas classes de pessoas.