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VERSO 1

śrī-caitanya-padāmbhoja-
madhupebhyo namo namaḥ
kathañcid āśrayād yeṣāṁ
śvāpi tad-gandha-bhāg bhavet

śrī-caitanya — Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu; pada-ambhoja — os pés de lótus; madhu — mel; pebhyaḥ — àqueles que bebem; namaḥ — respeitosas reverências; namaḥ — respeitosas reverências; kathañcit — um pouco dele; āśrayāt — refugiando-se em; yeṣām — de quem; śvā — cão; api — também; tat-gandha — o aroma da flor de lótus; bhāk — partilhador; bhavet — poderá tornar-se.

Ofereço repetidamente minhas respeitosas reverências aos devotos que, como abelhas, sempre provam o mel dos pés de lótus do Senhor Caitanya Mahāprabhu. Mesmo um não-devoto canino, que de alguma forma refugiar-se em tais devotos, desfrutará do aroma da flor de lótus.

SIGNIFICADO—O exemplo do cão é muito significativo a este respeito. Naturalmente, um cão não se torna jamais um devoto, mas, de qualquer modo, às vezes verifica-se que o cão de um devoto gradualmente torna-se devoto também. Na verdade, temos visto que o cão não tem respeito nem sequer pela planta tulasī. Inclusive, o cão tende habitualmente a urinar na planta tulasī. Portanto, o cão é o não-devoto número um. Porém, o movimento de saṅkīrtana de Śrī Caitanya Mahāprabhu é tão forte que mesmo um não-devoto canino pode tornar-se devoto, aos poucos, por associar-se com um devoto do Senhor Caitanya. Śrīla Śivānanda Sena, grande devoto gṛhastha do Senhor Caitanya Mahāprabhu, atraiu um cão da rua enquanto ia para Jagannātha Purī. O cão começou a segui-lo e, por fim, foi ver Caitanya Mahāprabhu e alcançou a liberação. De modo semelhante, cães e gatos na família de Śrīvāsa Ṭhākura também foram liberados. Não é de se esperar que cães e gatos e outros animais tornem-se devotos, mas, na companhia de um devoto puro, eles também podem alcançar a liberação.

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