VERSO 120
mahā-kṛpā-pātra prabhura jagāi, mādhāi
‘patita-pāvana’ nāmera sākṣī dui bhāi
mahā-kṛpā-pātra — objeto de imensa misericórdia; prabhura — do Senhor; jagāi, mādhāi — os dois irmãos Jagāi e Mādhāi; patita-pāvana — libertador dos caídos; nāmera — deste nome; sākṣī — testemunha; dui bhāi — esses dois irmãos.
Jagāi e Mādhāi, o octogésimo nono e o nonagésimo galhos da árvore, foram os maiores receptáculos da misericórdia do Senhor Caitanya. Esses dois irmãos foram as testemunhas que provaram que o Senhor Caitanya fazia jus ao nome Patita-pāvana, “o libertador das almas caídas.”
SIGNIFICADO—No Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā (115), consta que os dois irmãos Jagāi e Mādhāi foram, outrora, os porteiros chamados Jaya e Vijaya, os quais, mais tarde, tornaram-se Hiraṇyākṣa e Hiraṇyakaśipu. Jagāi e Mādhāi nasceram em famílias de brāhmaṇas respeitáveis, mas adotaram as profissões de ladrões e patifes e, assim, implicaram-se em toda espécie de atividades indesejáveis, especialmente caça de mulheres, intoxicação e jogos de azar. Mais tarde, pela graça do Senhor Caitanya Mahāprabhu e de Śrī Nityānanda Prabhu, foram iniciados e tiveram oportunidade de cantar o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa. Como resultado do canto, mais tarde, ambos os irmãos se tornaram grandes devotos do Senhor Caitanya Mahāprabhu. Os descendentes de Mādhāi ainda existem, e são brāhmaṇas respeitáveis. As tumbas desses dois irmãos, Jagāi e Mādhāi, encontram-se num local conhecido como Ghoṣahāṭa, ou Mādhāitalā-grāma, que fica a cerca de dois quilômetros ao sul de Katwa. Afirma-se que Śrī Gopīcaraṇa Dāsa Bābājī estabeleceu um templo de Nitāi-Gaura nesse local, aproximadamente duzentos anos atrás.