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VERSO 73

ye ye laila śrī-acyutānandera mata
sei ācāryera gaṇa — mahā-bhāgavata

ye ye — qualquer pessoa que; laila — aceitasse; śrī-acyutānandera — de Śrī Acyutānanda; mata — o caminho; sei — esses; ācāryera gaṇa — descendentes de Advaita Ācārya; mahā-bhāgavata — são todos grandes devotos.

Os descendentes de Advaita Ācārya que aceitaram o caminho de Śrī Acyutānanda eram todos grandes devotos.

SIGNIFICADO—A esse respeito, Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura, em seu Amṛta-pravāha-bhāṣya, faz esta pequena observação: “Śrī Advaita Ācārya é um dos troncos importantes de bhakti-kalpataru, a árvore-dos-desejos do serviço devocional. O Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu, na posição de jardineiro, verteu água na raiz da árvore de bhakti e, assim, nutriu todos os seus troncos e galhos. Porém, de qualquer maneira, sob o encanto de māyā, a condição mais desventurada da entidade viva, alguns dos galhos, não aceitando o jardineiro que os regou, consideraram o tronco a única causa do grande bhakti-kalpataru. Em outras palavras, os galhos ou descendentes de Advaita Ācārya que consideraram Advaita Ācārya a causa original da trepadeira devocional, e que deste modo negligenciaram ou desobedeceram às instruções de Śrī Caitanya Mahāprabhu, ficaram destituídos do efeito de serem aguados e, assim, secaram e morreram. Deve-se compreender também que não apenas os descendentes desorientados de Advaita Ācārya, mas qualquer pessoa desligada de Caitanya Mahāprabhu – mesmo que, independente disso, seja um grande sannyāsī, estudioso erudito ou asceta – é como o galho morto de uma árvore.”

Essa análise de Śrī Bhaktivinoda Ṭhākura, apoiando as afirmações de Śrī Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī, retrata a posição da atual dita religião hindu que, por ser predominantemente influenciada pela filosofia māyāvāda, tem se tornado uma anárquica instituição de diversas ideias inventadas. Os māyāvādīs temem grandemente o movimento para a consciência de Kṛṣṇa e acusam-nos de estragar a religião hindu, pois aceitamos pessoas de todas as partes do mundo e de todas as seitas religiosas para ocupá-las cientificamente no daiva-varṇāśrama-dharma. No entanto, como já explicamos diversas vezes, não encontramos qualquer palavra semelhante a “hindu” na literatura védica. É bem provável que a palavra tenha sua origem no Afeganistão, um país predominantemente maometano e originalmente se refira a um caminho no Afeganistão, conhecido como Hindukush, que ainda faz parte de uma rota comercial entre a Índia e diversos países maometanos.

O verdadeiro sistema védico de religião chama-se varṇāśrama-dharma, como se confirma no Viṣṇu Purāṇa (3.8.9):

varṇāśramācāra-vatā
puruṣeṇa paraḥ pumān
viṣṇur ārādhyate panthā
nānyat tat-toṣa-kāraṇam

(Viṣṇu Purāṇa 3.8.9)

A literatura védica recomenda que o ser humano siga os princípios do varṇāśrama-dharma. Aceitando o processo de varṇāśrama-dharma, qualquer pessoa terá êxito na vida, pois isso a vinculará com a Suprema Personalidade de Deus, que é a meta da vida humana. Portanto, o movimento para a consciência de Kṛṣṇa destina-se a toda a humanidade. Embora a sociedade humana tenha diferentes categorias ou classes, todos os seres humanos pertencem a uma espécie, e por isso aceitamos que todos tenham a capacidade de compreender sua posição constitucional em relação com a Suprema Personalidade de Deus, Viṣṇu. Śrī Caitanya Mahāprabhu confirma que jīvera ‘svarūpa’ haya — kṛṣṇera nitya-dāsa: “Toda entidade viva é eterna parte, eterna serva da Suprema Personalidade de Deus.” Toda entidade viva que alcança a forma humana de vida pode compreender a importância de sua posição e, assim, capacitar-se a ser um devoto do Senhor Kṛṣṇa. Portanto, partimos do pressuposto que toda a humanidade deve educar-se em consciência de Kṛṣṇa. Na verdade, em todas as partes do mundo, em cada país onde pregamos o movimento de saṅkīrtana, notamos que o povo aceita o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa muito facilmente, sem hesitação. O efeito visível desse canto é que os membros do movimento Hare Kṛṣṇa, independentemente de seus antecedentes, abandonam os quatro princípios de vida pecaminosa e atingem um padrão elevado de devoção.

Embora se façam passar por grandes eruditos, ascetas, chefes de família e svāmīs, os ditos seguidores da religião hindu são todos galhos inúteis e ressequidos da religião védica. Eles são impotentes: nada podem fazer no sentido de difundir a cultura védica em benefício da sociedade humana. A essência da cultura védica é a mensagem de Śrī Caitanya Mahāprabhu. O Senhor Caitanya ensinou:

yāre dekha, tāre kaha ‘kṛṣṇa’ upadeśa
āmāra ājñāya guru hañā tāra’ ei deśa

(Caitanya-caritāmṛta, Madhya 7.128)

Devemos simplesmente ensinar a todos que encontremos a respeito dos princípios de kṛṣṇa-kathā, conforme são expressos no Bhagavad-gītā Como Ele É e no Śrīmad-Bhāgavatam. Aquele que não tem interesse em kṛṣṇa-kathā ou no culto de Śrī Caitanya Mahāprabhu é como madeira seca e inútil, sem nenhuma força viva. O galho da ISKCON, por ser diretamente aguado por Śrī Caitanya Mahāprabhu, tem tido êxito indubitável, ao passo que os galhos quebrados da dita religião hindu, que são invejosos da ISKCON, secam e morrem.

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