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VERSO 32

māṭira vikāra ghaṭe pāni bhari’ āni
māṭi-piṇḍe dhari yabe, śoṣi’ yāya pāni”

māṭira — da terra; vikāra — transformação; ghaṇe — no pote d’água; pāni — água; bhari’ — enchendo; āni — posso trazer; māṭi — de terra; piṇḍe — no monte; dhari — seguro; yabe — quando; śoṣi’ — absorvendo; yāya — vai; pāni — a água.

“Num pote d’água, que é uma transformação da terra, posso trazer água com muita facilidade. Porém, se eu derramasse água num monte de terra, o monte absorveria a água, e meu esforço seria em vão.”

SIGNIFICADO—Apesar de Śacīmātā ser uma mulher, a filosofia simples proposta por ela pode derrotar os filósofos māyāvādīs que especulam sobre a unidade. O defeito da filosofia māyāvāda é que ela não aceita a variedade que é útil para propósitos práticos. Śacīmātā deu o exemplo de que, embora tanto o monte de terra quanto o pote de barro sejam basicamente iguais, para propósitos práticos, o pote d’água é útil, ao passo que o monte de terra é inútil. Às vezes, os cientistas argumentam que a matéria e o espírito são a mesma coisa, sem nenhuma diferença entre eles. Na realidade, num sentido superior, não há diferença entre matéria e espírito, mas deve-se ter conhecimento prático de que a matéria, sendo um estado inferior, é inútil para nossa vida espiritual bem-aventurada, ao passo que o espírito, sendo um estado mais nobre de existência, é pleno de bem-aventurança. A esse respeito, o Bhāgavatam dá o exemplo de que a terra e o fogo são praticamente a mesma coisa. Da terra, crescem as árvores, de cuja madeira surgem o fogo e a fumaça. Não obstante, para obter calor, podemos utilizar o fogo, mas não a terra, a fumaça ou a madeira. Portanto, para a compreensão última da meta da vida, temos interesse no fogo do espírito, e não na madeira ou na terra grosseira da matéria.

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