VERSOS 55-56
sannyāsa kariyā yabe prabhu nīlācale gelā
tathā haite yabe kuliyā grāme āilā
tabe sei pāpī prabhura la-ila śaraṇa
hita upadeśa kaila ha-iyā karuṇa
sannyāsa kariyā — após entrar na ordem de vida renunciada; yabe — quando; prabhu — Senhor Caitanya Mahāprabhu; nīlācale — em Jagannātha Purī; gelā — foi; tathā haite — dali; yabe — quando; kuliyā — chamada Kuliyā; grāme — para a vila; āilā — voltou; tabe — nessa altura; sei — aquele; pāpī — homem pecaminoso; prabhura — do Senhor; la-ila — tomou; śāraṇa — abrigo; hita — benéfico; upadeśa — conselho; kaila — deu; ha-iyā — tornando-Se; karuṇa — misericordioso.
Śrī Caitanya, após entrar na ordem de vida renunciada, foi para Jagannātha Purī e, então, ao voltar para a vila Kuliyā, com o Seu regresso, aquele homem pecaminoso refugiou-se aos pés de lótus do Senhor. O Senhor, mostrando-lhe misericórdia, deu-lhe instruções para o seu benefício.
SIGNIFICADO—Em seu Anubhāṣya, Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura faz a seguinte observação com relação à vila Kuliyā. A vila originalmente conhecida como Kuliyā se desenvolveu até se transformar na atual cidade de Navadvīpa. Em diversos livros autorizados, como o Bhakti-ratnākara, o Caitanya-carita-mahākāvya, o Caitanya-candrodaya-nāṭaka e o Caitanya-bhāgavata, menciona-se que a vila Kuliyā fica no lado ocidental do Ganges. Mesmo hoje em dia, dentro da área conhecida como Koladvīpa, há um local conhecido como Kuliāra Gañja e um local chamado Kuliāra Daha, ambos dentro da jurisdição da atual municipalidade de Navadvīpa. Na época do Senhor Caitanya Mahāprabhu, havia duas vilas chamadas Kuliyā e Pahāḍapura, ambas no lado ocidental do Ganges e ambas pertencentes à jurisdição de Bāhiradvīpa. Naquela época, o local do lado oriental do Ganges conhecido agora como Antardvīpa era conhecido como Navadvīpa. Em Śrī Māyāpur, esse lugar é ainda conhecido como Dvīpera Māṭha. Há outro local chamado Kuliyā próximo a Kāṅcaḍāpāḍā, mas não é a mesma Kuliyā mencionada aqui. Não se pode aceitar esse local como o aparādha-bhañjanera pāṭa, ou o lugar onde a ofensa foi perdoada, pois isso ocorreu na Kuliyā supramencionada, do lado ocidental do Ganges. Por razões comerciais, muitas pessoas invejosas se opõem à escavação do local verdadeiro, e às vezes promovem locais desautorizados como sendo autorizados.