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VERSO 2

kṛṣṇotkīrtana-gāna-nartana-kalā-pāthojani-bhrājitā
sad-bhaktāvali-haṁsa-cakra-madhupa-śreṇī-vihārāspadam
karṇānandi-kala-dhvanir vahatu me jihvā-maru-prāṅgaṇe
śrī-caitanya dayā-nidhe tava lasal-līlā-sudhā-svardhunī

kṛṣṇa — do santo nome do Senhor Kṛṣṇa; utkīrtana — cantando alto; gāna — entoando; nartana — dançando; kalā — das outras belas artes; pāthojani — com lótus; bhrājitā — embelezadas; sat-bhakta — de devotos puros; āvali — fileiras; haṁsa — de cisnes; cakra — pássaros cakravāka; madhu-pa — e abelhas; śreṇī — como enxames; vihāra — de prazer; āspadam — a morada; karṇa-ānandi — agradando os ouvidos; kala — melodioso; dhvaniḥ — som; vahatu — que flua; me — minha; jihvā — da língua; maru — desértica; prāṅgaṇe — no pátio; śrī-caitanya dayā-nidhe — ó Senhor Caitanya, oceano de misericórdia; tava — de Ti; lasat — brilhando; līlā-sudhā — do néctar dos passatempos; svardhunī — o Ganges.

Ó meu misericordioso Senhor Caitanya! Que as nectáreas águas do Ganges de Tuas atividades transcendentais jorrem sobre a superfície de minha língua desértica. Embelezam essas águas as flores de lótus do entoar, do dançar e do canto alto do santo nome de Kṛṣṇa, que são as moradas de prazer dos devotos imaculados. Comparam-se esses devotos a cisnes, patos e abelhas. O fluir do rio produz um som melodioso que agrada seus ouvidos.

SIGNIFICADO—Nossas línguas vivem vibrando sons inúteis que não nos ajudam a compreender a paz transcendental. Compara-se a língua a um deserto porque é necessário um suprimento constante de água refrescante para que o deserto se torne fértil e frutífero. A água é a substância mais necessária no deserto. O prazer transitório obtido de assuntos mundanos tais como arte, cultura, política, sociologia, filosofia seca, poesia e assim por diante é comparado a uma mera gota d’água. Isso porque, embora esses assuntos contenham um aspecto qualitativo do prazer transcendental, eles estão saturados dos modos da natureza material. Portanto, nem coletiva nem individualmente podem eles satisfazer as amplas exigências da língua desértica. Por conseguinte, a despeito de esbravejar em várias conferências, a língua desértica prossegue ressecada. Por esse motivo, as pessoas de todas as partes do mundo precisam recorrer aos devotos do Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu, que são comparados a cisnes nadando ao redor dos belos pés de lótus de Śrī Caitanya Mahāprabhu ou a abelhas zumbindo em volta de Seus pés de lótus com prazer transcendental, em busca de mel. Ditos filósofos que clamam por Brahman, liberação e outros objetivos especulativos áridos semelhantes não podem umedecer a aridez da felicidade material. O anseio da alma propriamente dita é diferente. Só a misericórdia do Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu e de Seus muitos devotos fidedignos é que pode consolar a alma. Esses devotos jamais abandonam os pés de lótus do Senhor para tornarem-se Mahāprabhus de imitação, senão que se aferram a Seus pés de lótus, assim como abelhas que nunca abandonam uma flor de lótus encharcada de mel.

O movimento de consciência de Kṛṣṇa do Senhor Caitanya é repleto de dança e canto sobre os passatempos do Senhor Kṛṣṇa. É comparado, nesta passagem, às águas puras do Ganges, que são repletas de flores de lótus. Os desfrutadores dessas flores de lótus são os devotos puros, que são como abelhas e cisnes. Eles cantam como o fluir do Ganges, o rio do reino celestial. O autor deseja ver tais ondas que fluem docemente banharem sua língua. Ele se compara humildemente a materialistas que sempre se envolvem com conversas secas, das quais não extraem nenhuma satisfação. Se eles usassem suas línguas secas para cantar o santo nome do Senhor – Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa, Kṛṣṇa Kṛṣṇa, Hare Hare/ Hare Rāma, Hare Rāma, Rāma Rāma, Hare Hare – seguindo o exemplo do Senhor Caitanya, saboreariam doce néctar e gozariam da vida.

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