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VERSOS 27-28

svarūpa-vigraha kṛṣṇera kevala dvi-bhuja
nārāyaṇa-rūpe sei tanu catur-bhuja

śaṅkha-cakra-gadā-padma, mahaiśvarya-maya
śrī-bhū-nīlā-śakti yāṅra caraṇa sevaya

svarūpa-vigraha — forma pessoal; kṛṣṇera — do Senhor Kṛṣṇa; kevala — apenas; dvi-bhuja — duas mãos; nārāyaṇa-rūpe — sob a forma do Senhor Nārāyaṇa; sei — esse; tanu — corpo; catuḥ-bhuja — de quatro mãos; śāṅkha-cakra — búzio e disco; gadā — maça; padma — flor de lótus; mahā — muito grande; aiśvarya-maya — pleno de opulência; śrī — chamada śrī; bhū — chamada bhū; nīlā — chamada nīlā; śakti — energias; yāṅra — cujas; caraṇa sevaya — servem aos pés de lótus.

A forma própria de Kṛṣṇa tem apenas duas mãos, mas, na forma do Senhor Nārāyaṇa, Ele tem quatro mãos. O Senhor Nārāyaṇa traz conSigo um búzio, disco, maça e flor de lótus e é pleno de grande opulência. As energias śrī, bhū e nīlā servem a Seus pés de lótus.

SIGNIFICADO—Nas seitas de Rāmānuja e Madhva do vaiṣṇavismo, há vastas descrições das energias śrī, bhū e nīlā. Na Bengala, a energia nīlā é às vezes chamada de energia līlā. Essas três energias são empregadas a serviço do Nārāyaṇa de quatro mãos em Vaikuṇṭha. Relatando como três dos Ālvārs, a saber, Bhūta-yogī, Sara-yogī e Bhrānta-yogī, viram Nārāyaṇa em pessoa ao se abrigarem na casa de um brāhmaṇa na vila de Gehalī, o Prapannāmṛta da Śrī-sampradāya descreve Nārāyaṇa da seguinte maneira:

tārkṣyādhirūḍhaṁ taḍid-ambudābhaṁ
lakṣmī-dharaṁ vakṣasi paṅkajākṣam
hasta-dvaye śobhita-śaṅkha-cakraṁ
viṣṇuṁ dadṛśur bhagavantam ādyam

ā-jānu-bāhuṁ kamanīya-gātraṁ
pārśva-dvaye śobhita-bhūmi-nīlam
pītāmbaraṁ bhūṣaṇa-bhūṣitāṅgaṁ
catur-bhujaṁ candana-ruṣitāṅgam

“Eles viram o Senhor Viṣṇu de olhos de lótus, a Suprema Personalidade de Deus, montado em Garuḍa e mantendo Lakṣmī, a deusa da fortuna, em Seu peito. Ele parecia uma azulada nuvem de chuva com raios lampejantes, e em duas de Suas quatro mãos trazia um búzio e um disco. Seus braços alongavam-se até os joelhos, e todos os belos membros de Seu corpo eram untados com sândalo e decorados com ornamentos brilhantes. Usava roupas amarelas, e em ambos os Seus lados estavam Suas energias Bhūmi e Nīlā.”

Há a seguinte referência às energias śrī, bhū e nīlā no Sītopaniṣad: mahā-lakṣmīr deveśasya bhinnābhinna-rūpā cetanācetanātmikā. sā devī tri-vidhā bhavati, śakty-ātmanā icchā-śaktiḥ kriyā-śaktiḥ sākṣāc-chaktir iti. icchā-śaktīs tri-vidhā bhavati, śrī-bhūmi-nīlāt-mikā. “Mahā-Lakṣmī, a energia suprema do Senhor, é experimentada de diferentes maneiras. Divide-se em potências materiais e espirituais, e, sob ambos os aspectos, atua como a energia da vontade, a energia criativa e a energia interna. A energia da vontade divide-se novamente em três, a saber, śrī, bhū e nīlā.

Citando trechos das escrituras reveladas em seu comentário sobre a Bhagavad-gītā (4.6), Madhvācārya afirma que a mãe natureza material, que é concebida como a energia ilusória, Durgā, divide-se em três setores, a saber, śrī, bhū e nīlā. Ela é a energia ilusória para aqueles que são fracos em potência espiritual, porque tais energias são energias criadas do Senhor Viṣṇu. Embora nenhuma dessas energias tenha relação direta com o ilimitado, elas são subordinadas ao Senhor porque o Senhor é o mestre de todas as energias.

Em seu Bhagavat-sandarbha (verso 23), Śrīla Jīva Gosvāmī Prabhu afirma: “O Padma Purāṇa refere-se à morada eternamente auspiciosa da Divindade, que é plena de todas as opulências, incluindo as energias śrī, bhū e nīlā. A Mahā-saṁhitā, que versa sobre o nome transcendental e a forma da Divindade, também menciona Durgā como a potência da Superalmla em relação com as entidades vivas. A potência interna atua em relação com Seus afazeres pessoais, e a potência material manifesta os três modos.” Citando outro trecho das escrituras reveladas, ele afirma que śrī é a energia de Deus encarregada de manter a manifestação cósmica, bhū é a energia criativa dessa criação cósmica, e nīlā, Durgā, é a energia que destrói a criação. Todas essas energias atuam em relação com os seres vivos, de modo que, em conjunto, elas chamam-se jīva-māyā.

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