VERSO 220
sabāra caraṇe dhari, paḍe dui bhāi
sabe bale, — dhanya tumi, pāile gosāñi
sabāra — de todos eles; caraṇe — os pés de lótus; dhari — tocando; paḍe — caem; dui bhāi — os dois irmãos; sabe bale — todos os vaiṣṇavas dizem; dhanya tumi — sois muito afortunados; pāile gosāñi — obtivestes o abrigo dos pés de lótus do Senhor Caitanya Mahāprabhu.
De acordo com as instruções de Śrī Caitanya Mahāprabhu, os dois irmãos, Rūpa e Sanātana, tocaram imediatamente os pés de lótus daqueles vaiṣṇavas, que ficaram todos muito felizes e se congratularam com os dois irmãos por terem estes recebido a misericórdia do Senhor.
SIGNIFICADO—Este comportamento demonstra os verdadeiros vaiṣṇavas. Ao verem que Rūpa e Sanātana tiveram a fortuna de receber a misericórdia do Senhor, todos eles ficaram tão satisfeitos que se congratularam com os dois irmãos. Uma pessoa invejosa vestida de vaiṣṇava não fica nada feliz com o êxito de outro vaiṣṇava de receber a misericórdia do Senhor. Infelizmente, nesta era de Kali, existem muitas pessoas mundanas vestidas de vaiṣṇavas, e Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura os descreve como discípulos de Kali. Ele diz: kali-celā. Ele indica que existe outro vaiṣṇava, um dito vaiṣṇava com tilaka em seu nariz e kaṇṭhī em volta do pescoço. Esse dito vaiṣṇava se associa com dinheiro e mulheres e tem inveja de vaiṣṇavas exitosos. Embora se faça passar por vaiṣṇava, sua única ocupação é ganhar dinheiro disfarçado de vaiṣṇava. Bhaktivinoda Ṭhākura, portanto, diz que esse assim chamado vaiṣṇava não é em nada um vaiṣṇava, mas, sim, um discípulo de Kali-yuga. Um discípulo de Kali não pode tornar-se um ācārya pela decisão de algum supremo tribunal. Votos mundanos não têm poder para eleger um ācārya vaiṣṇava. O ācārya vaiṣṇava é autorrefulgente, e não necessita de nenhum julgamento de tribunal. Um ācārya falso pode, por decisão do supremo tribunal, tentar ignorar um vaiṣṇava, mas Bhaktivinoda Ṭhākura diz que tal ācārya falso não é nada senão um discípulo de Kali-yuga.