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VERSO 35

hari-bhakti-vilāsa, āra bhāgavatāmṛta
daśama-ṭippanī, āra daśama-carita

hari-bhakti-vilāsa — a escritura chamada Hari-bhakti-vilāsa; āra — e; bhāgavata-amṛta — a escritura chamada Bhāgavatāmṛta; daśama-ippanī — comentários sobre o décimo canto do Śrīmad-Bhāgavatam; āra — e; daśama-carita — poesia sobre o décimo canto do Śrīmad-Bhāgavatam.

Alguns dos livros escritos por Śrīla Sanātana Gosvāmī foram o Hari-bhakti-vilāsa, o Bhāgavatāmṛta, o Daśama-ṭippanī e o Daśama-carita.

SIGNIFICADO—Na primeira onda do livro conhecido como Bhakti-ratnākara, afirma-se que Sanātana Gosvāmī compreendeu o Śrīmad-Bhāgavatam estudando-o minuciosamente e explicando-o em seu comentário conhecido como Vaiṣṇava-toṣaṇī. Todo o conhecimento que Śrī Sanātana Gosvāmī e Rūpa Gosvāmī adquiriram diretamente de Śrī Caitanya Mahāprabhu foi propagado por todo o mundo graças ao perito serviço deles. Sanātana Gosvāmī deu o seu comentário Vaiṣṇava-toṣaṇī a Śrīla Jīva Gosvāmī para que este o editasse, e Śrīla Jīva Gosvāmī o editou sob o nome de Laghu-toṣaṇī. Tudo o que ele registrava de imediato por escrito foi terminado no ano de 1476 śaka [1554 d.C.]. Śrīla Jīva Gosvāmī completou o Laghu-toṣaṇī no ano de 1504 śakābda [1582 d.C.].

O assunto do Hari-bhakti-vilāsa, de Śrī Sanātana Gosvāmī, foi coligido por Śrīla Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī e é conhecido como um vaiṣṇava-smṛti. Esse vaiṣṇava-smṛti-grantha foi terminado em vinte capítulos, conhecidos como vilāsas. O primeiro vilāsa descreve como se estabelece uma relação entre o mestre espiritual e o discípulo, e explica, também, os mantras. No segundo vilāsa, descreve-se o processo de iniciação. No terceiro vilāsa, apresentam-se as normas de comportamento vaiṣṇava, enfatizando a limpeza, a lembrança constante da Suprema Personalidade de Deus e o canto dos mantras dados pelo mestre espiritual iniciador. No quarto vilāsa, há descrições de saṁskāra, o método reformatório; tilaka, a aplicação de doze tilakas em doze partes do corpo; mudrā, marcas no corpo; māla, cantar em contas; e guru-pūjā, adoração ao mestre espiritual. No quinto vilāsa, aprendemos a como preparar um lugar e sentar-nos para meditação, e há descrições de exercícios respiratórios, meditação e adoração à representação de śālagrāma-śilā do Senhor Viṣṇu. O sexto vilāsa apresenta as práticas necessárias para convidar a forma transcendental do Senhor e banhá-lO. O sétimo vilāsa ensina-nos como colher flores para usá-las na adoração ao Senhor Viṣṇu. No oitavo vilāsa, há uma descrição da Deidade e instruções sobre como fazer incenso, acender lamparinas, fazer oferendas, dançar, tocar música, bater tambores, enguirlandar a Deidade, oferecer orações e reverências e neutralizar ofensas. O nono vilāsa explica como colher folhas de tulasī, oferecer oblações aos antepassados segundo rituais vaiṣṇavas e oferecer alimentos. O décimo vilāsa descreve os devotos do Senhor (vaiṣṇavas ou pessoas santas). No décimo primeiro vilāsa, há descrições elaboradas da adoração à Deidade e das glórias do santo nome do Senhor. Aprendemos como cantar o santo nome da Deidade, e há descrições das ofensas que podem ser cometidas enquanto se canta o santo nome, juntamente com métodos de como livrar-se de tais ofensas. Também existem descrições das glórias do serviço devocional e do processo de rendição. No décimo segundo vilāsa, descreve-se o Ekādaśī. O décimo terceiro vilāsa trata do jejum, bem como da observância da cerimônia do Mahā-dvādaśī. No décimo quarto vilāsa, apresenta-se um esboço de diferentes deveres para diferentes meses. No décimo quinto vilāsa, há instruções sobre como observar o jejum de Ekādaśī sem nem mesmo beber água. Descreve-se também como marcar o corpo com os símbolos de Viṣṇu, e fala-se sobre observâncias de Cāturmāsya durante a estação das chuvas e sobre Janmāṣṭamī, Pārśvaikādaśī, Śravaṇā-dvādaśī, Rāma-navamī e Vijayā-daśamī. O décimo sexto vilāsa trata dos deveres a serem observados no mês de Kārttika (outubro-novembro), ou o mês de Dāmodara, ou Ūrja, quando se oferecem lamparinas no aposento da Deidade ou acima do templo. Há também descrições do Govardhana-pūjā e do Ratha-yātrā. O décimo sétimo vilāsa lida com os preparativos para a adoração à Deidade, o cantar do mahā-mantra e o processo de japa. O décimo oitavo vilāsa descreve as diferentes formas de Śrī Viṣṇu. O décimo nono vilāsa dispõe sobre a instalação da Deidade e os rituais observados ao se banhar a Deidade antes da instalação. O vigésimo vilāsa explica como construir templos, fazendo referência àqueles construídos por grandes devotos.

Os pormenores do Hari-bhakti-vilāsa-grantha são apresentados por Śrī Kavirāja Gosvāmī na Mādhya-līlā (24.329-345). O que Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī descreve nestes versos é, na verdade, uma descrição das porções compiladas por Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī. Segundo Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura, os princípios reguladores do serviço devocional compilados por Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī não seguem estritamente nossos princípios vaiṣṇavas. Na verdade, Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī fez apenas um resumo das elaboradas descrições dos princípios reguladores vaiṣṇavas do Hari-bhakti-vilāsa. No entanto, segundo a opinião de Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Gosvāmī, seguir o Hari-bhakti-vilāsa estritamente é, de fato, seguir os rituais vaiṣṇavas em perfeita ordem. Ele afirma que o smārta-samāja, o qual é estritamente seguido por brāhmaṇas de casta, influenciou partes que Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī coligiu do Hari-bhakti-vilāsa original.
Portanto, é muito difícil depreender orientações vaiṣṇavas do livro de Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī. É melhor consultar o comentário feito pelo próprio Sanātana Gosvāmī para o Hari-bhakti-vilāsa sob o nome Dig-darśinī-ikā. Alguns dizem que o mesmo comentário foi compilado por Gopinātha-pūjā Adhikārī, que se ocupava a serviço de Śrī Rādhā-ramaṇajī e que foi um dos discípulos de Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī.

A respeito do Bṛhad-Bhāgavatāmṛta, duas partes dele tratam do desempenho de serviço devocional. A primeira parte é um estudo analítico do serviço devocional, havendo nela, também, uma descrição de diferentes planetas, incluindo a Terra, os planetas celestiais, Brahma-loka e Vaikuṇṭha-loka. Há também descrições dos devotos, incluindo devotos íntimos, devotos muito íntimos e devotos perfeitos. A segunda parte, conhecida como Goloka-māhātmya-nirūpaṇa, descreve as glórias do mundo espiritual, bem como o processo de renúncia do mundo material. Descreve também o conhecimento verdadeiro, o serviço devocional, o mundo espiritual, o amor a Deus, a consecução do destino da vida e a bem-aventurança do mundo. Dessa maneira, cada parte tem sete capítulos, ou seja, há, ao todo, quatorze capítulos.

Daśama-ippanī é um comentário sobre o décimo canto do Śrīmad-Bhāgavatam. Outro nome para esse comentário é Bṛhad-vaiṣṇava-toṣaṇī-īkā. No Bhakti-ratnākara, é dito que o Daśama-ippanī foi concluído em 1476 śakābda [1554 d.C.].

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