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VERSOS 11-12

sat-saṅgān mukta-duḥsaṅgo
hātuṁ notsahate budhaḥ
kīrtyamānaṁ yaśo yasya
sakṛd ākarṇya rocanam

tasmin nyasta-dhiyaḥ pārthāḥ
saheran virahaṁ katham
darśana-sparśa-saṁlāpa-
śayanāsana-bhojanaiḥ

sat-saṅgāt — pela companhia de devotos puros; mukta-duḥsaṅgaḥ — livres da má companhia materialista; hātum — deixar; na utsahate — jamais tenta; budhaḥ — aquele que entendeu o Senhor; kīrtyamānam — glorificando; yaśaḥ — fama; yasya — cuja; sakṛt — apenas uma vez; ākarṇya — ouvindo apenas; rocanam — satisfazendo; tasmin — a Ele; nyasta-dhiyaḥ — aquele que Lhe entregou sua mente; pārthāḥ — os filhos de Pṛthā; saheran — podem tolerar; viraham — separação; katham — como; darśana — vendo face a face; sparśa — tocando; saṁlāpa — conversando; śayana — dormindo; āsana — ficando sentado; bhojanaiḥ — jantando juntos.

Os inteligentes, que entenderam o Senhor Supremo na companhia de devotos puros e se livraram da má companhia materialista, jamais podem deixar de ouvir as glórias do Senhor, mesmo que as tenham ouvido apenas uma vez. Como, então, os Pāṇḍavas conseguiriam tolerar Sua separação, uma vez que tinham se associado intimamente com Sua pessoa, vendo-O face a face, tocando-O, conversando com Ele e dormindo, sentando-se e jantando com Ele?

SIGNIFICADO—A posição constitucional do ser vivo é a de servir a um superior. Ele é obrigado a servir à força aos ditames da energia material ilusória, em diferentes fases de gozo dos sentidos. E ele nunca se cansa de servir aos sentidos. Mesmo que se canse, a energia ilusória o força perpetuamente a fazê-lo, sem ficar satisfeito. Não há fim para esses afazeres de gozar dos sentidos, e a alma condicionada se enreda nessa servidão, sem esperança de liberação. A liberação se efetua apenas pela associação com os devotos puros. Por tal associação, a pessoa é gradualmente promovida à sua consciência transcendental. Assim, ela descobre que sua posição eterna é prestar serviço ao Senhor, e não aos sentidos pervertidos, sob a forma de luxúria, ira, desejo de dominação etc. Sociedade, amizade e amor materiais constituem, todos, diferentes fases da luxúria. Lar, nação, família, sociedade, riqueza e toda uma série de coisas – todas elas causam cativeiro no mundo material, onde as três espécies de misérias da vida são fatores concomitantes. Por associar-se com devotos puros e por ouvi-los submissamente, o apego ao gozo material se abranda, e a atração por ouvir sobre as atividades transcendentais do Senhor se torna proeminente. Após ter começado, essa atração continuará progressivamente, sem fim, assim como o fogo na pólvora. Está dito que Hari, a Personalidade de Deus, é tão transcendentalmente atrativo que mesmo aqueles que são autossatisfeitos pela autorrealização e são realmente liberados de todo o cativeiro material também se convertem em devotos do Senhor. Em tais circunstâncias, entende-se facilmente qual deve ter sido a posição dos Pāṇḍavas, que eram companheiros constantes do Senhor. Eles não podiam nem mesmo pensar na separação de Śrī Kṛṣṇa, uma vez que a atração era mais intensa para eles por causa do contínuo contato pessoal. As lembranças de Sua forma, qualidade, nome, fama, passatempos etc. também são atrativas para o devoto puro, tanto que ele esquece todas as formas, qualidades, nomes, fama e atividades do mundo mortal, e, devido à sua associação madura com devotos puros, ele não perde o contato com o Senhor por um momento sequer.

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