No edit permissions for Português

VERSO 59

viduras tu tad āścaryaṁ
niśāmya kuru-nandana
harṣa-śoka-yutas tasmād
gantā tīrtha-niṣevakaḥ

viduraḥ — Vidura também; tu — mas; tat — aquele incidente; āścaryam — maravilhoso; niśāmya — vendo; kuru-nandana — ó filho da dinastia Kuru; harṣa — deleite; śoka — pesar; yutaḥ — comovido por; tasmāt — daquele lugar; gantā — se afastará; tīrtha — lugar de peregrinação; niṣevakaḥ — para se animar.

Vidura, comovido pelo deleite bem como pelo pesar, deixará, então, aquele lugar de peregrinação sagrada.

SIGNIFICADO—Vidura ficou atônito de ver a maravilhosa partida de seu irmão Dhṛtarāṣṭra como um yogī liberado, pois, em sua vida passada, ele fora muito apegado ao materialismo. É claro que foi unicamente devido a Vidura que seu irmão alcançou a desejável meta da vida. Vidura ficou, portanto, satisfeito de saber disso. Porém, estava pesaroso de não ter conseguido fazer de seu irmão um devoto puro. Isso não foi feito por Vidura devido a que Dhṛtarāṣṭra havia sido inimigo dos Pāṇḍavas, que eram todos devotos puros do Senhor. Uma ofensa aos pés de um vaiṣṇava é mais perigosa do que uma ofensa aos pés de lótus do Senhor. Vidura foi certamente liberal em conceder misericórdia a seu irmão Dhṛtarāṣṭra, cuja vida passada fora muito materialista. Mas, em última análise, o resultado de tal misericórdia certamente dependia da vontade do Senhor Supremo na presente vida dele, portanto, Dhṛtarāṣṭra alcançou apenas a liberação, e, após muitos de tais estados liberados de vida, pode-se atingir o estágio de serviço devocional. Vidura certamente ficou muito atormentado diante da morte de seu irmão e de sua cunhada, e o único remédio para mitigar essa lamentação era sair em peregrinação. Desse modo, Mahārāja Yudhiṣṭhira não teve nenhuma chance de chamar de volta Vidura, seu tio sobrevivente.

« Previous Next »