VERSO 21
tad vai dhanus ta iṣavaḥ sa ratho hayās te
so ’haṁ rathī nṛpatayo yata ānamanti
sarvaṁ kṣaṇena tad abhūd asad īśa-riktaṁ
bhasman hutaṁ kuhaka-rāddham ivoptam ūṣyām
tat — o mesmo; vai — certamente; dhanuḥ te — o mesmo arco; iṣavaḥ — flechas; saḥ — a mesmíssima; rathaḥ — quadriga; hayāḥ te — os mesmíssimos cavalos; saḥ aham — eu sou o mesmo Arjuna; rathī — o lutador de quadriga; nṛpatayaḥ — todos os reis; yataḥ — os quais; ānamanti — ofereciam seus respeitos; sarvam — todos; kṣaṇena — de um momento para outro; tat — todos aqueles; abhūt — tornaram-se; asat — inúteis; īśa — por causa do Senhor; riktam — estando vazios; bhasman — cinzas; hutam — oferecer manteiga; kuhaka-rāddham — dinheiro criado por façanhas mágicas; iva — assim; uptam — plantadas; ūṣyām — em terra árida.
Tenho o mesmo arco Gāṇḍiva, as mesmas flechas, a mesma quadriga puxada pelos mesmos cavalos, e os uso sendo eu o mesmo Arjuna a quem todos os reis ofereciam seus devidos respeitos. Porém, na ausência do Senhor Kṛṣṇa, todos eles, de um momento para outro, tornaram-se inúteis e vazios. Isso é exatamente como oferecer manteiga clarificada sobre cinzas, acumular dinheiro com uma varinha mágica ou plantar sementes em terra árida.
SIGNIFICADO—Como já discutimos mais de uma vez, não devemos ter orgulho de galardões emprestados. Todas as energias e todos os poderes são derivados da fonte suprema, o Senhor Kṛṣṇa, e agem enquanto Ele deseja e deixam de funcionar logo que Ele os retira. Todas as energias elétricas são recebidas da central elétrica, e tão logo a central elétrica pare de suprir energia, as lâmpadas não têm utilidade. De um momento para outro, essas energias podem ser geradas ou retiradas pela vontade suprema do Senhor. A civilização material sem a bênção do Senhor não passa de uma brincadeira infantil. Enquanto os pais permitem ao filhinho que brinque, tudo está bem. Tão logo os pais proíbam, a criança tem de parar. A civilização humana e todas as suas atividades devem ser ajustadas à bênção suprema do Senhor, e, sem essa bênção, todo o avanço da civilização humana é como a decoração de um corpo morto. Aqui se diz que uma civilização morta e suas atividades são em algo semelhantes à manteiga clarificada sobre as cinzas, o acúmulo de dinheiro através de uma varinha mágica e a plantação de sementes em terra árida.