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VERSO 13

tulayāma lavenāpi
na svargaṁ nāpunar-bhavam
bhagavat-saṅgi-saṅgasya
martyānāṁ kim utāśiṣaḥ

tulayāma — ser comparado a; lavena — por um momento; api — mesmo; na — nunca; svargam — planetas celestiais; na — nem; apunaḥ-bhavam — liberação da matéria; bhagavat-saṅgi — devoto do Senhor; saṅgasya — da associação; martyānām — aqueles cujo destino é a morte; kim — o que há; uta — para não falar de; āśiṣaḥ — bênção mundana.

O valor de um momento de associação com o devoto do Senhor não pode nem mesmo ser comparado a alcançar os planetas celestiais ou à liberação da matéria, para não falar das bênçãos mundanas sob a forma de prosperidade material, que se destinam àqueles cujo destino é a morte.

SIGNIFICADO—Quando há alguns pontos semelhantes, é possível comparar uma coisa com outra. Não podemos comparar a associação de um devoto puro com nada material. Os homens que se entregam à felicidade material aspiram a alcançar os planetas celestiais como a Lua, Vênus e lndraloka, e aqueles que são avançados em especulações filosóficas materiais aspiram à liberação de todo o cativeiro material. Quando alguém se torna frustrado com todas as espécies de avanço material, ele deseja o tipo oposto de liberação, que se chama apunar-bhava, ou seja, não renascimento. Mas os devotos puros do Senhor não aspiram à felicidade obtida no reino celestial, nem aspiram à liberação do cativeiro material. Em outras palavras, para os devotos puros do Senhor, os prazeres materiais obteníveis nos planetas celestiais são como fantasmagoria, e porque já são liberados de todas as concepções materiais de prazer e aflição, eles são realmente liberados mesmo no mundo material. Isso significa que os devotos puros do Senhor estão situados numa existência transcendental, ou seja, no serviço amoroso ao Senhor, tanto no mundo material quanto no mundo espiritual. Assim como um servidor do governo é sempre o mesmo, seja no escritório, seja em casa, ou em qualquer lugar, da mesma forma um devoto nada tem a ver com nenhuma coisa material, pois ele está ocupado exclusivamente no transcendental serviço ao Senhor. Uma vez que ele nada tem a ver com nenhuma coisa material, que prazer ele pode obter de bênçãos materiais, como reinados ou outras soberanias, que acabam rapidamente com o fim do corpo? O serviço devocional é eterno; ele não tem fim, porque é espiritual. Portanto, uma vez que os bens de um devoto puro são completamente diferentes dos bens materiais, não há termos de comparação entre os dois. Sūta Gosvāmī era um devoto puro do Senhor, de modo que sua associação com os ṛṣis em Naimiṣāraṇya é única. No mundo material, a associação com materialistas grosseiros é verdadeiramente condenada. O materialista é denominado yoṣit-saṅgī, ou aquele que é muito apegado ao emaranhamento material (mulheres e outras parafernálias). Tal apego é condicionante porque afasta das bênçãos da vida e da prosperidade. E justamente o oposto é o bhāgavata-saṅgī, ou aquele que está sempre em contato com o nome, forma, qualidades etc. do Senhor. Essa associação é sempre desejável; ela é adorável, louvável, e podemos aceitá-la como a meta máxima da vida.

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