VERSO 26
pratiruddhendriya-prāṇa-
mano-buddhim upāratam
sthāna-trayāt paraṁ prāptaṁ
brahma-bhūtam avikriyam
pratiruddha — retraídos; indriya — os órgãos sensoriais; prāṇa — ar da respiração; manaḥ — a mente; buddhim — inteligência; upāratam — inativos; sthāna — lugares; trayāt — dos três; param — transcendental; prāptam — alcançado; brahma-bhūtam — qualitativamente igual ao Absoluto Supremo; avikriyam — não afetado.
Os órgãos sensoriais, a respiração, a mente e a inteligência do muni estavam todos retraídos das atividades materiais, e ele estava situado num transe à parte dos três estados de consciência [vigília, sonho e inconsciência], tendo alcançado a posição transcendental de igualdade qualitativa com o Absoluto Supremo.
SIGNIFICADO—Parece que o muni, em cujo eremitério entrara o rei, estava em transe ióguico. A posição transcendental é alcançada por três processos, a saber, o processo de jñāna, ou conhecimento teórico da transcendência; o processo de yoga, ou realização verdadeira do transe através da manipulação das funções fisiológicas e psicológicas do corpo, e o aprovadíssimo processo de bhakti-yoga, ou a ocupação dos sentidos no serviço devocional ao Senhor. Na Bhagavad-gītā, também temos a informação do desenvolvimento gradual de percepção da matéria à entidade viva. Nossa mente e nosso corpo materiais desenvolvem-se a partir da entidade viva, a alma, e, sendo influenciados pelas três qualidades da matéria, esquecemo-nos de nossa verdadeira identidade. O processo de jñāna especula teoricamente sobre a realidade da alma. Todavia, bhakti-yoga de fato ocupa a alma espiritual em atividades. A percepção da matéria é transcendida até estados ainda mais sutis dos sentidos. Os sentidos são transcendidos até a mente mais sutil e, então, até as atividades respiratórias e, gradualmente, até a inteligência. Além da inteligência, a alma viva é compreendida pelas atividades mecânicas do sistema de yoga, ou a prática de meditação com restrição dos sentidos, regulação do sistema respiratório e aplicação da inteligência para elevar-se à posição transcendental. Esse transe interrompe todas as atividades materiais do corpo. O rei viu o muni nessa posição. Ele também viu o muni da seguinte maneira.