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VERSO 37

iti laṅghita-maryādaṁ
takṣakaḥ saptame ’hani
daṅkṣyati sma kulāṅgāraṁ
codito me tata-druham

iti — da seguinte maneira; laṅghita — ultrapassando; maryādam — etiqueta; takṣakaḥ — serpente alada; saptame — no sétimo; ahani — dia; dakṣyati — picará; sma — certamente; kula-aṅgāram — o mais vil da dinastia; coditaḥ — tendo feito; me — meu; tata-druham — hostilidade contra o pai.

O filho do brāhmaṇa amaldiçoou o rei da seguinte maneira: No sétimo dia a partir de hoje, uma serpente alada picará o mais vil desta dinastia [Mahārāja Parīkṣit], pois ele violou as leis da etiqueta ao insultar meu pai.

SIGNIFICADO—Assim teve início a má utilização do poder bramânico, e, pouco a pouco, os brāhmaṇas na era de Kali tornaram-se destituídos tanto de poderes bramânicos quanto de cultura. O menino brāhmaṇa considerou Mahārāja Parīkṣit como um kulāṅgāra, ou o mais vil da dinastia, mas, na verdade, o próprio menino brāhmaṇa o era, porque unicamente a partir dele é que a casta brāhmaṇa ficou sem poder, assim como uma serpente cujos dentes venenosos são quebrados. A serpente é temível enquanto tem seus dentes venenosos; de outra forma, ela só causa medo às crianças. A personalidade de Kali conquistou primeiro o menino brāhmaṇa, e, gradualmente, as outras castas. Assim, todo o sistema científico de ordens da sociedade nesta era assumiu a forma de um sistema de castas vicioso, que agora está sendo extirpado por outra classe de homens de igual maneira influenciados pela era de Kali. Devemos ver a causa fundamental da viciação e não tentar condenar o sistema em si, sem conhecimento de seu valor científico.

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