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VERSO 41

niśamya śaptam atad-arhaṁ narendraṁ
sa brāhmaṇo nātmajam abhyanandat
aho batāṁho mahad adya te kṛtam
alpīyasi droha urur damo dhṛtaḥ

niśamya — após ouvir; śaptam — amaldiçoado; atad-arham — nunca devesse ser condenado; nara-indram — ao rei, o melhor da humanidade; saḥ — este; brāhmaṇaḥ — o brāhmaṇa-ṛṣi; na — não; ātma-jam — seu próprio filho; abhyanandat — congratulou-se; aho — ai de mim; bata — afligindo; aṁhaḥ — pecados; mahat — grandes; adya — hoje; te — tu próprio; kṛtam — executaste; alpīyasi — insignificante; drohe — ofensa; uruḥ — muito grande; damaḥ — punição; dhṛtaḥ — aplicou.

O filho contou ao pai que havia amaldiçoado o rei, embora este nunca devesse ter sido condenado, pois era o melhor entre todos os seres humanos. O ṛṣi não pôde congratular-se com seu filho, mas, ao invés disso, começou a lamentar-se, dizendo: Ai de mim! Meu filho cometeu um ato pecaminoso terrível, aplicando uma pesada punição a uma ofensa insignificante.

SIGNIFICADO—O rei é o melhor de todos os seres humanos. Ele é o representante de Deus e nunca deve ser condenado por quaisquer de suas ações. Em outras palavras, o rei não pode cometer erros. Pode ser que o rei mande enforcar um réu filho de brāhmaṇa, mas ele não se torna pecaminoso por matar um brāhmaṇa. Mesmo que haja algo errado com o rei, ele jamais deve ser condenado. Pode ser que um médico praticante mate um paciente por tratamento incorreto, mas um matador assim nunca é condenado à morte. O que dizer, então, de um rei bom e piedoso como Mahārāja Parīkṣit? No modo de vida védico, o rei é treinado para tornar-se rājarṣi, ou grande santo, embora esteja governando como rei. É apenas através do bom governo do rei que os cidadãos podem viver pacificamente e sem qualquer medo. Os rājarṣis governavam seus reinos tão bem e piedosamente que seus súditos os respeitavam como se eles fossem o Senhor. Essa é a instrução dos Vedas. O rei se chama narendra, ou o melhor entre os seres humanos. Como, então, um rei como Mahārāja Parīkṣit poderia ser condenado por um filho de brāhmaṇa inexperiente e vaidoso, muito embora este tivesse alcançado os poderes de um brāhmaṇa qualificado?

Como Śamīka Ṛṣi era um brāhmaṇa bom e experiente, ele não aprovou as ações de seu filho condenado. Ele começou a lamentar-se por tudo o que seu filho havia feito. O rei estava além da jurisdição das maldições como uma regra geral, e o que dizer de um rei bom como Mahārāja Parīkṣit. A ofensa do rei fora das mais insignificantes, e sua condenação à morte fora certamente um grande pecado de Śṛṅgi. Portanto, o ṛṣi Śamīka deplorou todo o incidente.

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