VERSO 45
tamyāṁ tamovan naihāraṁ
khadyotārcir ivāhani
mahatītara-māyaiśyaṁ
nihanty ātmani yuñjataḥ
tamyām — em uma noite escura; tamaḥ-vat — assim como a escuridão; naihāram — produzida pela neve; khadyota-arciḥ — a luz de um vaga-lume; iva — assim como; ahani — durante o dia, à luz do Sol; mahati — em uma grande personalidade; itara-māyā — potência mística inferior; aiśyam — a habilidade; nihanti — destrói; ātmani — em seu próprio eu; yuñjataḥ — da pessoa que tenta usar.
Assim como não tem importância a escuridão que a neve produz na noite escura ou a luz que um vaga-lume acende à luz do dia, o poder místico de uma pessoa inferior que tenta usá-lo contra uma pessoa de maior poder é incapaz de surtir algum efeito; ao contrário, o poder dessa pessoa inferior é ofuscado.
SIGNIFICADO—Quando alguém quer exceder um poder superior, seu poder inferior é ridicularizado. Assim como um vaga-lume de dia e a neve à noite não têm valor, o poder místico de Brahmā tornou-se inútil na presença de Kṛṣṇa, pois o poder místico superior elimina o poder místico inferior. Em uma noite escura, a escuridão produzida pela neve não tem significado algum. O vaga-lume parece muito importante à noite, mas seu brilho não tem valor algum de dia; todo valor que ele acaso tenha desaparece. Igualmente, Brahmā se tornou insignificante na presença do poder místico de Kṛṣṇa. A māyā de Kṛṣṇa não perdeu nada de seu valor, mas a māyā de Brahmā foi destroçada. Portanto, ninguém deve tentar exibir sua opulência insignificante diante de um poder maior.