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VERSO 50

candrikā-viśada-smeraiḥ
sāruṇāpāṅga-vīkṣitaiḥ
svakārthānām iva rajaḥ-
sattvābhyāṁ sraṣṭṛ-pālakāḥ

candrikā-viśada-smeraiḥ pelo sorriso puro como o luar pleno e progressivo; sa-aruṇa-apāṅga-vīkṣitaiḥ pelos claros olhares de Seus olhos avermelhados; svaka-arthānām dos desejos de Seus próprios devotos; iva assim como; rajaḥ-sattvābhyām através dos modos de paixão e bondade; sraṣṭṛ-pālakāḥ eram criadores e protetores.

Aquelas formas Viṣṇu, com Seu sorriso puro, semelhante ao crescente brilho da Lua, e com os olhares de soslaio lançados por Seus olhos avermelhados, criavam e protegiam os desejos de Seus devotos, como se agissem nos modos da paixão e bondade.

SIGNIFICADO—Aquelas formas Viṣṇu abençoavam os devotos com Seus olhares e sorrisos francos, que pareciam a luz da Lua, cujo brilho aumenta até atingir a plenitude máxima (śreyaḥ-kairava-candrikā-vitaraṇam). Como mantenedores, Eles olhavam para Seus devotos, abraçando-os e protegendo-os com Seus sorrisos. Seus sorrisos pareciam o modo da bondade, protegendo todos os desejos dos devotos, e o olhar que Eles lançavam parecia o modo da paixão. Na verdade, neste verso, a palavra rajaḥ não significa “paixão”, mas “afeição”. No mundo material, rajo-guṇa é paixão, mas, no mundo espiritual, é afeição. No mundo material, a afeição é contaminada por rajo­-guṇa e tamo-guṇa, mas, em śuddha-sattva, a afeição que existe nos devotos é transcendental.

A palavra svakārthānām se refere a grandes desejos. Como se menciona neste verso, o olhar lançado pelo Senhor Viṣṇu cria os desejos dos devotos. O devoto puro, entretanto, não tem desejos. Portanto, Sanātana Gosvāmī comenta que, como os desejos dos devotos cuja atenção está fixa em Kṛṣṇa já foram plenamente satisfeitos, os olhares que o Senhor lança de soslaio criam variados desejos ligados a Kṛṣṇa e o serviço devocional. No mundo material, o desejo é um produto de rajo-guṇa e tamo-guṇa, mas, no mundo espiritual, o desejo faz surgir uma imensa variedade de serviços transcendentais e permanentes. Logo, a palavra svakārthānām refere-se ao anseio de servir a Kṛṣṇa.

Em Vṛndāvana, havia um lugar onde não havia templo algum, mas um devoto desejou: “Que haja um templo e sevā, serviço devo­cional.” Portanto, aquilo que certa vez foi um lugar vazio, agora se tornou­ um lugar de peregrinação. São esses os desejos de um devoto.

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