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VERSO 30

tac-citra-tāṇḍava-virugna-phaṇā-sahasro
raktaṁ mukhair uru vaman nṛpa bhagna-gātraḥ
smṛtvā carācara-guruṁ puruṣaṁ purāṇaṁ
nārāyaṇaṁ tam araṇaṁ manasā jagāma

tat — dEle; citra — espantosa; tāṇḍava — pela poderosa dança; vi­rugna — quebrados; phaṇā-sahasraḥ — seus mil capelos; raktam — sangue; mukhaiḥ — de suas bocas; uru — em profusão; vaman — vomitando; nṛpa — ó rei Parīkṣit; bhagna-gātraḥ — seus membros esmagados; smṛtvā — lembrando-se; cara-acara — de todos os seres móveis e inertes; gurum — o mestre espiritual; puruṣam — a Personalidade de Deus; purāṇam — antigo; nārāyaṇam — o Senhor Nārāyaṇa; tam — dEle; araṇam — para abrigo; manasā — em sua mente; jagāma — apro­ximou-se.

Meu querido rei Parīkṣit, a admirável e poderosa dança do Senhor Kṛṣṇa pisoteou e quebrou todos os mil capelos de Kāliya. Então a serpente, vomitando muito sangue de suas bocas, enfim reconheceu que Śrī Kṛṣṇa era a eterna Personalidade de Deus, o mestre supremo de todos os seres móveis e inertes, Śrī Nārāyaṇa. Desse modo, Kāliya refugiou-se no Senhor em sua mente.

SIGNIFICADONo capítulo dezesseis de Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, Śrīla Prabhupāda salienta que antes Kāliya vomita­va veneno, mas agora seu veneno se esgotou e ele começou a vomitar sangue. Dessa maneira, ele se purificara da contaminação imunda de seu coração, a qual havia se manifestado como veneno de serpente. A palavra smṛtvā, “lembrando-se”, é muito significativa neste con­texto. As esposas de Kāliya eram de fato devotas sinceras do Senhor Kṛṣṇa e, segundo os ācāryas, elas muitas vezes haviam tentado con­vencer seu marido a render-se a Ele. Finalmente, encontrando-se em uma insuportável agonia, Kāliya lembrou-se do conselho de suas esposas e refugiou-se no Senhor. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explica que o arquirrival de Kāliya fora tradicionalmente Garuḍa, o transpor­tador de Viṣṇu. Mas agora Kāliya compreendeu que estava enfrentando um adversário milhares de vezes mais forte do que Garuḍa e que, portanto, Ele só poderia ser a Suprema Personalidade de Deus. Kāliya, por isso, abrigou-se no Senhor Kṛṣṇa.

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