VERSO 44
namaḥ pramāṇa-mūlāya
kavaye śāstra-yonaye
pravṛttāya nivṛttāya
nigamāya namo namaḥ
namaḥ — reverências; pramāṇa — da evidência autorizada; mūlāya — ao fundamento; kavaye — ao autor; śāstra — da escritura revelada; yonaye — à fonte; pravṛttāya — que estimula o gozo dos sentidos; nivṛttāya — que estimula a renúncia; nigamāya — a Ele que é a origem de ambas as espécies de escritura; namaḥ namaḥ — repetidas reverências.
Oferecemos nossas reverências repetidas vezes a Vós, que sois o fundamento de toda evidência autorizada, que sois o autor e fonte última das escrituras reveladas e que Vos manifestastes naqueles textos védicos que estimulam o gozo dos sentidos, bem como naqueles que estimulam a renúncia ao mundo material.
SIGNIFICADO—Se não tivéssemos os poderes de percepção e conhecimento, não se poderia transmitir a evidência, e se não tivéssemos tendência a acreditar em métodos específicos de evidência, não poderia haver a persuasão. Todos esses processos – percepção, conhecimento, persuasão e transmissão – efetuam-se através das várias potências do Senhor Supremo. O Supremo Senhor Kṛṣṇa é Ele próprio o mais eminente erudito e intelectual. Ele manifesta as escrituras transcendentais no coração de grandes devotos como Brahmā e Nārada e, além disso, encarna como Vedavyāsa, o compilador de todo o conhecimento védico. De múltiplas maneiras, o Senhor gera uma diversidade de escrituras religiosas que, pouco a pouco, através das várias fases de readmissão, levam as almas condicionadas para o reino de Deus.