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VERSO 11

apy eṇa-patny upagataḥ priyayeha gātrais
tanvan dṛśāṁ sakhi su-nirvṛtim acyuto vaḥ
kāntāṅga-saṅga-kuca-kuṅkuma-rañjitāyāḥ
kunda-srajaḥ kula-pater iha vāti gandhaḥ

api — se; eṇa — dos veados; patni — ó esposa; upagataḥ — foi encontrado; priyayā — junto de Sua amada; iha — aqui; gātraiḥ — pelos membros de Seu corpo; tanvan — produzindo; dṛśām — dos olhos; sakhi — ó amiga; su-nirvṛtim — grande prazer; acyutaḥ — o infalível Senhor Kṛṣṇa; vaḥ — vosso; kāntā — de Sua amiga; aṅga-saṅga — por causa do contato físico; kuca — no seio; kuṅkuma — pelo pó de vermelhão; rañjitāyāḥ — colorida; kunda — de jasmins; srajaḥ — da guirlanda; kula — do grupo (de gopīs); pateḥ — do amo; iha — por aqui; vāti — está soprando; gandhaḥ — a fragrância.

Ó amiga, esposa dos veados, o Senhor Acyuta esteve aqui com Sua amada, trazendo grande alegria a teus olhos? De fato, está soprando nesta direção a fragrância de Sua guirlanda de flores kunda, que se misturou com o kuṅkuma dos seios de Sua namo­rada quando Ele A abraçou.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī tece o seguinte comentário encantador sobre este verso:

“As gopīs disseram à corça: ‘Ó amiga, esposa dos veados, pela bem-aventurança aparente em teus olhos límpidos, podemos dizer que Śrī Kṛṣṇa expandiu tua alegria com a beleza de Seus membros, de Seu rosto e assim por diante. Estás ávida por experimentar o êxta­se de ver Kṛṣṇa, e, por isso, teus olhos O seguem. De fato, Ele jamais está perdido para ti.’

“Então, ao verem a corça continuar a andar à sua maneira natu­ral, as gopīs exclamaram: ‘Oh! Estás dizendo-nos que viste Kṛṣṇa? Olhai! Enquanto anda, esta corça sempre volta a cabeça para nós, como se dissesse: ‘Vou mostrá-lO para vós; basta me seguirdes e vos mostrarei Kṛṣṇa.’ Nesta inclemente Vṛndāvana, ela é a única personalidade misericordiosa.’

“Enquanto seguiam a corça, as gopīs acabaram por perdê-la de vista, momento no qual elas exclamaram: ‘Oh! Por que não conseguimos ver a corça que nos está mostrando o caminho para Kṛṣṇa?’

“Uma gopī sugeriu que Kṛṣṇa devia estar em algum lugar nos arredores e que a corça, por medo dEle, devia ter-se escondido para evitar o possível equívoco de revelar Sua presença. Enquanto faziam essas conjecturas, as gopīs perceberam uma fragrância que por acaso soprou em sua direção e, por isso, repetiram com grande alegria: ‘Sim! Sim! É isto mesmo! Pelo contato físico de Kṛṣṇa com Sua namorada, Sua guirlanda de jasmim misturou-se ao pó de kuṅkuma dos seios dEla, e todas essas fragrâncias estão chegando até nós.’ Dessa ma­neira, as gopīs sentiram o aroma dos corpos dos dois amantes, da guirlanda de jasmim de Kṛṣṇa e do pó cosmético dos seios de Sua amada.”

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