VERSO 18
mā śocataṁ mahā-bhāgāv
ātmajān sva-kṛtaṁ bhujaḥ
jāntavo na sadaikatra
daivādhīnās tadāsate
mā śocatam — por favor, não fiqueis consternados (com os acontecimentos passados); mahā-bhāgau — ó vós que sois eruditos e afortunados em conhecimento espiritual; ātmajān — por vossos filhos; sva-kṛtam — somente devido aos seus próprios atos; bhujaḥ — que estão sofrendo; jāntavaḥ — todas as entidades vivas; na — não; sadā — sempre; ekatra — em um lugar; daiva-adhīnāḥ — que estão sob o controle da providência; tadā — a partir de então; āsate — vivem.
Ó grandes almas, vossos filhos sofreram seu próprio infortúnio. Portanto, por favor, não vos lamenteis por eles. Todas as entidades vivas estão sob o controle do Supremo e não podem viver juntas para sempre.
SIGNIFICADO—Kaṁsa dirigiu-se à sua irmã e a seu cunhado como mahā-bhāgau porque, embora ele tivesse matado seus filhos comuns, a deusa Durgā nasceu deles. Visto que Devakī carregou Durgādevī em seu ventre, Kaṁsa louvou Devakī e o esposo desta. Os asuras são muito devotados à deusa Durgā, Kālī e assim por diante. Kaṁsa, portanto, deveras atônito, apreciou a exímia posição de sua irmã e de seu cunhado. Durgā decerto não está sob as leis da natureza, porque ela própria é a controladora das leis da natureza. Os seres vivos comuns, entretanto, são controlados por essas leis (prakṛteḥ kriyamāṇāni guṇaiḥ karmāṇi sarvaśaḥ). Consequentemente, a nenhum de nós se permite que vivamos juntos por muito tempo. Falando dessa maneira, Kaṁsa tentou apaziguar sua irmã e seu cunhado.