VERSO 5
mayi tāḥ preyasāṁ preṣṭhe
dūra-sthe gokula-striyaḥ
smarantyo ’ṅga vimuhyanti
virahautkaṇṭhya-vihvalāḥ
mayi — Eu; tāḥ — elas; preyasām — de todos os objetos de apreço; preṣṭhe — o mais querido; dūra-sthe — estando muito longe; gokula-striyaḥ — as mulheres de Gokula; smarantyaḥ — lembrando; aṅga — querido (Uddhava); vimuhyanti — ficam atônitas; viraha — da separação; autkaṇṭhya — pela ansiedade; vihvalāḥ — dominadas.
Meu querido Uddhava, para aquelas mulheres de Gokula, Eu sou o mais querido objeto de amor. Desse modo, ao se lembrarem de Mim, que estou tão longe, elas ficam dominadas pela ansiedade da separação.
SIGNIFICADO—Qualquer coisa que nos seja querida torna-se objeto de nosso sentimento de posse. Em última análise, o objeto mais querido é nossa própria alma, ou nosso eu. Logo, aquilo que tem uma relação favorável com nosso Eu também se torna querido para nós, e tentamos possuí-lo. Segundo Śrīla Viśvanātha Cakravartī, entre incontáveis milhões de tais coisas preciosas, Śrī Kṛṣṇa é a mais querida de todas, até mais do que o nosso próprio eu. As gopīs haviam compreendido este fato e, por causa de seu intenso amor pelo Senhor, estavam atordoadas pela saudade dEle. Embora preferissem ter morrido, elas se mantiveram vivas em razão da potência transcendental do Senhor.