VERSOS 9-13
vāsitārthe ’bhiyudhyadbhir
nāditaṁ śuśmibhir vṛṣaiḥ
dhāvantībhiś ca vāsrābhir
udho-bhāraiḥ sva-vatsakān
itas tato vilaṅghadbhir
go-vatsair maṇḍitaṁ sitaiḥ
go-doha-śabdābhiravaṁ
veṇūnāṁ niḥsvanena ca
gāyantībhiś ca karmāṇi
śubhāni bala-kṛṣṇayoḥ
sv-alaṅkṛtābhir gopībhir
gopaiś ca su-virājitam
agny-arkātithi-go-vipra-
pitṛ-devārcanānvitaiḥ
dhūpa-dīpaiś ca mālyaiś ca
gopāvāsair mano-ramam
sarvataḥ puṣpita-vanaṁ
dvijāli-kula-nāditam
haṁsa-kāraṇḍavākīrṇaiḥ
padma-ṣaṇḍaiś ca maṇḍitam
vāsita — das férteis (vacas); arthe — por causa; abhiyudhyadbhiḥ — que lutavam entre si; nāditam — ressoando; śuśmibhiḥ — sexualmente excitados; vṛṣaiḥ — com os touros; dhāvantībhiḥ — correndo; ca — e; vāsrābhiḥ — com as vacas; udhaḥ — com seus úberes; bhāraiḥ — sobrecarregadas; sva — atrás de seus próprios; vatsakān — bezerros; itaḥ tataḥ — daqui para ali; vilaṅghadbhiḥ — que pulavam; go-vatsaiḥ — pelos bezerros; maṇḍitam — adornada; sitaiḥ — brancos; go-doha — da ordenha das vacas; śabda — com os sons; abhiravam — reverberando; veṇūnām — de flautas; niḥsvanena — com a alta vibração; ca — e; gāyantībhiḥ — que cantavam; ca — e; karmāṇi — sobre as façanhas; śubhāni — auspiciosas; bala-kṛṣṇayoḥ — de Balarāma e Kṛṣṇa; su — finamente; alaṅkṛtābhiḥ — ornamentados; gopībhiḥ — com as vaqueiras; gopaiḥ — os vaqueiros; ca — e; su-virājitam — resplandecente; agni — do fogo de sacrifício; arka — o Sol; atithi — hóspedes; go — as vacas; vipra — os brāhmaṇas; pitṛ — antepassados; deva — e semideuses; arcana — com adoração; anvitaiḥ — cheios; dhūpa — com incenso; dīpaiḥ — lamparinas; ca — e; mālyaiḥ — com guirlandas de flores; ca — também; gopa-āvāsaiḥ — por causa dos lares dos vaqueiros; manaḥ-ramam — muito atraentes; sarvataḥ — por todos os lados; puṣpita — florida; vanam — com a floresta; dvija — de aves; ali — e abelhas; kula — com os enxames; nāditam — ressoando; haṁsa — com cisnes; kāraṇḍava — e uma espécie de pato; ākīrṇaiḥ — repletos; padma-ṣaṇḍaiḥ — com pavilhões cheios de flores de lótus; ca — e; maṇḍitam — embelezada.
Por todos os lados de Gokula, ressoavam os sons dos touros no cio disputando entre si as vacas férteis; o mugido das vacas, sobrecarregadas com o peso de seus úberes, correndo atrás dos bezerros; o barulho da ordenha e dos bezerros brancos a saltarem de um lado a outro; a reverberação alta do tocar de flautas, e o cantar das façanhas todo-auspiciosas de Kṛṣṇa e Balarāma vibrado pelos vaqueiros e vaqueiras, que tornavam a vila resplandecente com seus trajes maravilhosamente adornados. As casas dos vaqueiros em Gokula pareciam muito encantadoras com sua abundante parafernália para adoração do fogo de sacrifício, do Sol, de hóspedes inesperados, das vacas, dos brāhmaṇas, dos antepassados e dos semideuses. Em todas as partes, via-se a mata florida, ecoando com bandos de aves e enxames de abelhas e embelezada por seus lagos repletos de cisnes, patos kāraṇḍava e pavilhões com flores de lótus.
SIGNIFICADO—Embora Gokula estivesse mergulhada em pesar em virtude da saudade que seus habitantes sentiam do Senhor Kṛṣṇa, o Senhor expandiu Sua potência interna para cobrir aquela manifestação específica de Vraja e permitir que Uddhava visse o alvoroço e a alegria do cotidiano de Vraja ao pôr do sol.