VERSO 31
ātmā jñāna-mayaḥ śuddho
vyatirikto ’guṇānvayaḥ
suṣupti-svapna-jāgradbhir
māyā-vṛttibhir īyate
ātmā — a alma; jñāna-mayaḥ — que abrange o conhecimento transcendental; śuddhaḥ — puro; vyatiriktaḥ — separada; aguṇa-anvayaḥ — não envolvida nas reações dos modos materiais; suṣupti — em sono profundo; svapna — sono comum; jāgradbhiḥ — e consciência desperta; māyā — da energia material; vṛttibhiḥ — pelas funções; īyate — é percebida.
Por ser constituída de consciência pura, ou conhecimento, a alma distingue-se de tudo o que é material e não se envolve nos enredamentos dos modos da natureza. Podemos perceber a alma através das três funções da natureza material conhecidas como vigília, sono e sono profundo.
SIGNIFICADO—Afirma-se claramente nesta passagem que a alma, ātmā, é constituída de conhecimento puro, consciência pura, e é, portanto, ontologicamente distinta da natureza material. Śrīla Viśvanātha Cakravartī salienta que também se pode entender a palavra ātmā como “a Alma Suprema, o Senhor Kṛṣṇa”. Como o Senhor acabou de explicar nos versos anteriores que todos os fenômenos materiais são expansões dEle, a frase māyā-vṛttibhir īyate indica que, mediante o profundo estudo deste mundo, chegaremos a perceber Deus. Deste ponto de vista também, as gopīs foram aconselhadas a não se lamentarem.