VERSO 44
śrī-śuka uvāca
ity uktas taṁ praṇamyāha
mucukundo mudānvitaḥ
jñātvā nārāyaṇaṁ devaṁ
garga-vākyam anusmaran
śrī-śukaḥ uvāca — Śukadeva Gosvāmī disse; iti — assim; uktaḥ — falado; tam — a Ele; praṇamya — após prostrar-se; āha — disse; mucukundaḥ — Mucukunda; mudā — de júbilo; anvitaḥ — cheio; jñātvā — sabendo (que Ele) era; nārāyaṇam devam — Nārāyaṇa, o Senhor Supremo; garga-vākyam — as palavras do sábio Garga; anusmaran — lembrando.
Śukadeva Gosvāmī disse: Mucukunda prostrou-se diante do Senhor ao ouvir isso. Lembrando as palavras do sábio Garga, em júbilo, reconheceu que Kṛṣṇa é o Senhor Supremo, Nārāyaṇa. O rei, então, dirigiu-se a Ele da seguinte maneira.
SIGNIFICADO—Embora o Senhor aqui apareça como o Nārāyaṇa de quatro braços, podemos dizer que Mucukunda se dirigia ao Senhor Kṛṣṇa. Tudo isso está acontecendo dentro do contexto da kṛṣṇa-līlā, os passatempos do Senhor Kṛṣṇa. É um fato bem conhecido dos vaiṣṇavas que as formas de quatro braços de Viṣṇu, ou Nārāyaṇa, são expansões de Śrī Kṛṣṇa. Assim, dentro dos passatempos do Senhor Kṛṣṇa, também podem aparecer viṣṇu-līlā, as atividades de Viṣṇu. Tais são as qualidades e atividades do Deus Supremo. Atos que, para nós, seriam extraordinários, e até mesmo impossíveis, são passatempos corriqueiros e simples para a Suprema Personalidade de Deus.
Śrīla Śrīdhara Svāmī informa-nos que Mucukunda sabia da predição do antigo sábio Garga de que o Senhor Supremo faria Seu advento no vigésimo oitavo milênio. Segundo o Ācārya Viśvanātha, Garga Muni informou ainda a Mucukunda que ele veria o Senhor em pessoa. Agora, tudo estava acontecendo.