VERSO 36
tvat-pāda-padma-makaranda-juṣāṁ munīnāṁ
vartmāsphuṭaṁ nr-paśubhir nanu durvibhāvyam
yasmād alaukikam ivehitam īśvarasya
bhūmaṁs tavehitam atho anu ye bhavantam
tvat — Teus; pāda — dos pés; padma — semelhantes ao lótus; makaranda — o mel; juṣām — que saboreiam; munīnām — para sábios; vartma — (Teu) caminho; asphuṭam — não aparente; nṛ — em forma humana; paśubhiḥ — por animais; nanu — decerto, então; durvibhāvyam — impossível de compreender; yasmāt — porque; alaukikam — supramundanas; iva — como se; īhitam — as atividades; īśvarasya — do Senhor Supremo; bhūman — ó onipotente; tava — Tuas; īhitam — atividades; atha u — portanto; anu — que seguem; ye — aqueles; bhavantam — a Ti.
Teus movimentos, inescrutáveis até para sábios que saboreiam o mel de Teus pés de lótus, são decerto incompreensíveis para seres humanos que se comportam como animais. E assim como Tuas atividades são transcendentais, ó Senhor onipotente, também o são as de Teus seguidores.
SIGNIFICADO—Aqui a rainha Rukmiṇī responde ao que o Senhor Kṛṣṇa declarou no verso 13:
aspaṣṭa-vartmanāṁ puṁsām
aloka-patham īyuṣām
āsthitāḥ padavīṁ su-bhru
prāyaḥ sīdanti yoṣitaḥ
“Ó dama de belas sobrancelhas, em geral as mulheres estão fadadas a sofrer quando acompanham homens cujo comportamento é incerto e que trilham um caminho não aprovado pela sociedade.”
No presente verso, Rukmiṇī toma o termo aloka-patham como significando “caminho não mundano”. Aqueles que se enredaram na conduta mundana estão tentando desfrutar deste mundo mais ou menos como animais. Mesmo que tais indivíduos sejam “culturalmente avançados”, eles devem apenas ser considerados animais sofisticados ou polidos. Śrīmatī Rukmiṇī-devī assinala que, visto serem as atividades do Senhor sempre transcendentais, elas são aspaṣṭa, ou “não claras”, para as pessoas comuns, e nem mesmo os sábios que tentam conhecer o Senhor conseguem compreender perfeitamente essas atividades.