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VERSO 44

tasyāḥ syur acyuta nṛpā bhavatopadiṣṭāḥ
strīṇāṁ gṛheṣu khara-go-śva-viḍāla-bhṛtyāḥ
yat-karṇa-mūlam ari-karṣaṇa nopayāyād
yuṣmat-kathā mṛḍa-viriñca-sabhāsu gītā

tasyā — dela; syu — que se tornem (os maridos); acyuta — ó infalível Kṛṣṇa; npā — reis; bhavatā — por Ti; upadiṣṭā — mencionados; strīām — de mulheres; gheu — nos lares; khara — como asnos; go — bois; śva — cães; viāla — gatos; bhtyā — e escravos; yat — cujo; kara — do ouvido; mūlam — o âmago; ari — Teus inimigos; karaa — ó Tu que molestas; na — nunca; upayāyāt — aproxima-se; yumat — a Teu respeito; kathā — discussões; mṛḍa — do senhor Śiva; viriñca — e senhor Brahmā; sabhāsu — nas reuniões de eruditos; gītā — cantadas.

Ó infalível Kṛṣṇa, que cada um dos reis que nomeaste torne-se esposo de uma mulher cujos ouvidos jamais ouviram Tuas glórias, que são cantadas nas assembleias de Śiva e Brahmā. Afinal, nos lares de tais mulheres, esses reis vivem como asnos, bois, cães, gatos e escravos.

SIGNIFICADO—Segundo Śrīla Śrīdhara Svāmī, estas inflamadas palavras da rainha Rukmiṇī são a resposta à afirmação inicial do Senhor Kṛṣṇa, encontrada no verso 10 do capítulo. O Senhor Supremo dissera: “Minha querida princesa, foste ambicionada por muitos reis tão poderosos quanto os governantes dos planetas. Todos eles eram dotados de imensa influência política, riqueza, beleza, generosidade e força física.” Segundo Śrīdhara Svāmī, a rainha Rukmiṇī fala com ira nesta passagem, apontando o dedo indicador para o Senhor. Ela compara os ditos grandes príncipes a asnos porque carregam muitos fardos materiais, a bois porque estão sempre aflitos enquanto executam seus deveres ocupacionais, a cães porque suas esposas os desrespeitam, a gatos porque são egoístas e cruéis, e a escravos porque são servis nos assuntos familiares. Semelhantes reis talvez pareçam desejáveis para uma mulher tola que não ouviu ou não compreendeu as glórias de Śrī Kṛṣṇa.

Śrīla Viśvanātha Cakravartī acrescenta que tais reis são como asnos porque suas esposas às vezes os chutam, são como cães porque se comportam com hostilidade para com os estranhos a fim de proteger seus lares, e são como gatos porque comem os restos deixados por suas esposas.

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