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VERSO 25

brahmaṇyasya vadānyasya
tava dāsasya keśava
smṛtir nādyāpi vidhvastā
bhavat-sandarśanārthinaḥ

brahmayasya — que era devotado aos brāhmaas; vadānyasya — que era generoso; tava — Vosso; dāsasya — do servo; keśava — ó Kṛṣṇa; smti — a memória; na — não; adya — hoje; api — mesmo; vidhvas­tā — perdida; bhavat — Vossa; sandarśana — por audiência; arthina­ — que ansiava.

Ó Keśava, como Vosso servo, eu era devotado aos brāhmaṇas e generoso com eles, e sempre ansiava por Vossa audiência. Por­tanto, mesmo hoje, eu nunca me esqueci [de minha vida passada].

SIGNIFICADO—Śrīla Jīva Gosvāmī apresenta o seguinte comentário sobre este verso: “Visto que o rei Nṛga declarou publicamente possuir duas qualidades notáveis – a saber, devoção aos brāhmaas e generosi­dade – fica claro que ele possuía essas qualidades apenas em parte, pois alguém que é puro de verdade não se gabaria delas. Também se evi­dencia que o rei Nṛga considerava tal piedade como uma meta sepa­rada, desejável por si mesma. Logo, ele não apreciava em plenitude o serviço devocional puro ao Senhor Kṛṣṇa. Kṛṣṇa não foi a única meta da vida para Nṛga, como O fora para Ambarīṣa Mahārāja, mesmo na fase de prática reguladora. Tampouco vemos que o rei Nṛga tenha superado obstáculos iguais aos enfrentados por Ambarīṣa quando Durvāsā Muni se irou com ele. Ainda assim, podemos concluir que, como foi capaz de ver o Senhor por uma razão ou outra, Nṛga certamente teve a boa qualidade de desejar com sinceridade a compa­nhia do Senhor.”

Em Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, Śrīla Prabhupāda confirma a análise supracitada: “De um modo geral, [Nṛga] não desenvolveu a consciência de Kṛṣṇa. A pessoa consciente de Kṛṣṇa desenvolve amor a Deus, Kṛṣṇa, e não o amor por atividades pie­dosas ou ímpias, de modo que ele não se sujeita aos resultados de tal ação. Como se declara na Brahma-sahitā, um devoto, pela graça do Senhor, não se sujeita às reações resultantes das atividades frui­tivas.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī oferece o seguinte comentário: “Quan­do Nṛga mencionou ‘alguém que ansiava ter a Vossa audiência’, ele se referia a um incidente relativo a certo grande devoto que o rei Nṛga encontrara certa vez. Esse devoto desejava ardentemente adquirir um templo para uma belíssima Deidade do Senhor Supremo e também queria cópias de escrituras tais como a Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāga­vatam. Sendo muito generoso, Nṛga providenciou essas coisas, e o devoto ficou tão satisfeito que abençoou o rei: ‘Meu querido rei, que tenhas a audiência do Senhor Supremo.’ Desde aquela ocasião, Nṛga desejava ver o Senhor.”

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