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VERSOS 1-6

śrī-śuka uvāca
narakaṁ nihataṁ śrutvā
tathodvāhaṁ ca yoṣitām
kṛṣṇenaikena bahvīnāṁ
tad-didṛkṣuḥ sma nāradaḥ

citraṁ bataitad ekena
vapuṣā yugapat pṛthak
gṛheṣu dvy-aṣṭa-sāhasraṁ
striya eka udāvahat

ity utsuko dvāravatīṁ
devarṣir draṣṭum āgamat
puṣpitopavanārāma-
dvijāli-kula-nāditām

utphullendīvarāmbhoja-
kahlāra-kumudotpalaiḥ
churiteṣu saraḥsūccaiḥ
kūjitāṁ haṁsa-sārasaiḥ

prāsāda-lakṣair navabhir
juṣṭāṁ sphāṭika-rājataiḥ
mahā-marakata-prakhyaiḥ
svarṇa-ratna-paricchadaiḥ

vibhakta-rathyā-patha-catvarāpaṇaiḥ
śālā-sabhābhī rucirāṁ surālayaiḥ
saṁsikta-mārgāṅgana-vīthi-dehalīṁ
patat-patāka-dhvaja-vāritātapām

śrī-śukaḥ uvāca — Śukadeva Gosvāmī disse; narakam — o demônio Naraka; nihatam — morto; śrutvā — ouvindo; tathā — também; udvāham — o casamento; ca — e; yoṣitām — com mulheres; kṛṣṇena — pelo Senhor Kṛṣṇa; ekena — um; bahvīnām — com muitas; tat — aquilo; di­dṛkṣuḥ — querendo ver; sma — de fato; nāradaḥ — Nārada; citram — maravilhoso; bata — ah; etat — isto; ekena — com um único; vapuṣā — corpo; yugapat — ao mesmo tempo; pṛthak — separadas; gṛheṣu — em residências; dvi — duas vezes; aṣṭa — oito; sāhasram — mil; striyaḥ — mulheres; ekaḥ — sozinho; udāvahat — casou; iti — assim; utsukaḥ — ávido; dvāravatīm — a Dvārakā; deva — dos semideuses; ṛṣiḥ — o sábio, Nārada; draṣṭum — ver; āgamat — foi; puṣpita — floridos; upavana — em parques; ārāma — e jardins de recreio; dvija — de aves; ali — e abelhas; kula — com bandos e enxames; nāditām — ressoando; utphulla — exuberantes; indīvara — de lótus azuis; ambhoja — lótus que desabrocham de dia; kahlāra — lótus brancos comestíveis; kumuda — lótus que desa­brocham ao luar; utpalaiḥ — e nenúfares; churiteṣu — cheios; saraḥsu — dentro de lagos; uccaiḥ — alto; kūjitām — cheia do grito; haṁsa — de cisnes; sārasaiḥ — e grous; prāsāda — com palácios; lakṣaiḥ — centenas de milhares; navabhiḥ — nove; juṣṭām — adornada; sphāṭika — feitos de cristal; rājataiḥ — e prata; mahā-marakata — com grandes esmeraldas; prakhyaiḥ — esplêndidos; svarṇa — de ouro; ratna — e pedras precio­sas; paricchadaiḥ — cujos móveis; vibhakta — dividida sistematicamente; rathyā — com avenidas principais; patha — estradas; catvara — encruzilhadas; āpaṇaiḥ — e mercados; śālā-sabhābhiḥ — com salões de assembleias; rucirām — encantadores; sura — dos semideuses; ālayaiḥ — com templos; saṁsikta — borrifados de água; mārga — cujas estradas; aṅgana — quintais; vīthi — ruas comerciais; dehalīm — e pátios; patat — que tremulavam; patāka — com estandartes; dhvaja — pelos mastros; vārita — aparado; ātapām — o calor do Sol.

Śukadeva Gosvāmī disse: Ao ouvir que o Senhor Kṛṣṇa matara Narakāsura e casara-Se com muitas noivas, Nārada Muni desejou ver o Senhor nessa situação. Ele pensou: “É muito surpreendente que, em um único corpo, o Senhor Kṛṣṇa tenha casado, ao mesmo tempo, com dezesseis mil mulheres, cada qual em um palácio separado.” Assim, o sábio dentre os semideuses, dirigiu-se avidamente para Dvārakā.

A cidade ressoava com o canto de aves e abelhas que voavam pelos parques e jardins de recreio, enquanto, em seus lagos, repletos de exuberantes lótus indīvara, ambhoja, kahlāra, kumuda e utpala, ecoavam os gorjeios de cisnes e grous. Dvārakā osten­tava novecentos mil palácios reais, todos construídos de cristal e prata e esplendorosamente decorados com esmeraldas enormes. No interior desses palácios, os móveis eram ornados com ouro e pedras preciosas. O tráfego fluía por um bem estabelecido siste­ma de bulevares, estradas, encruzilhadas e mercados, e muitos salões de assembleias e templos de semideuses adornavam a en­cantadora cidade. As estradas, quintais, ruas comerciais e pátios residenciais estavam todos borrifados com água e protegidos do calor do Sol por estandartes que tremulavam nos mastros.

SIGNIFICADO—Em Kṛṣṇa, Śrīla Prabhupāda faz a seguinte bela descrição da ci­dade de Dvārakā: “Curioso por saber como Kṛṣṇa estava tratando de Seus assuntos domésticos com tantas esposas, Nārada desejou ver esses passatempos e, por isso, partiu para visitar os diferentes lares de Kṛṣṇa. Quando chegou a Dvārakā, Nārada viu jardins e parques re­pletos de flores de diferentes cores e pomares sobrecarregados de di­versas frutas. Belas aves gorjeavam, e pavões cantavam com prazer. Havia lagoas e tanques cheios de flores de lótus azuis e vermelhas, e alguns desses lugares estavam repletos de variedades de lírios. Os lagos estavam cheios de belos cisnes e grous, cujo canto ressoava por toda parte. Na cidade, havia cerca de novecentos mil grandes palá­cios construídos de mármore de primeira qualidade, com portões e portas de prata. As colunas das casas e palácios eram incrustadas de pedras preciosas, tais como pedras filosofais, safiras e esmeraldas, e os as­soalhos emitiam um lindo brilho. As vias públicas, veredas, ruas, cruzamentos e mercados estavam todos belamente decorados. A ci­dade inteira estava cheia de residências, salões de assembleias e templos, todos de diferenciada beleza arquitetônica. Tudo isso fazia de Dvārakā uma cidade deslumbrante. As largas avenidas, cruzamen­tos, veredas e ruas, e também as soleiras de cada residência estavam muito limpos. Dos dois lados de cada caminho, havia arbustos, e, a intervalos regulares, havia grandes árvores que sombreavam as ave­nidas de modo que o Sol não incomodasse os transeuntes.”

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