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VERSO 4

tvat-pāduke avirataṁ pari ye caranti
dhyāyanty abhadra-naśane śucayo gṛṇanti
vindanti te kamala-nābha bhavāpavargam
āśāsate yadi ta āśiṣa īśa nānye

tvat — Teus; pāduke — chinelos; aviratam — constantemente; pari — plenamente; ye — aqueles que; caranti — servem; dhyāyanti — medi­tam em; abhadra — de coisas inauspiciosas; naśane — que (causam) a destruição; śucayaḥ — purificados; gṛṇanti — e descrevem em suas palavras; vindanti — obtêm; te — eles; kamala — (como um) lótus; nābha — ó Tu cujo umbigo; bhava — da vida material; apavargam — a cessação; āśāsate — abrigam desejos; yadi — se; te — eles; āśiṣaḥ — (alcançam) os objetos desejados; īśa — ó Senhor; na — não; anye — outras pessoas.

Pessoas purificadas que constantemente servem, glorificam e meditam em Tuas sandálias, que destroem tudo o que é inauspicioso, com certeza se libertarão da existência material, ó pessoa de umbigo de lótus. Até mesmo se desejam alguma coisa neste mundo, tais pessoas a obtêm, ao passo que outros – aqueles que não se refugiam em Ti – jamais estão satisfeitos, ó Senhor.

SIGNIFICADO—A esse respeito, Śrīla Prabhupāda escreve que as pessoas liberadas, conscientes de Kṛṣṇa, “não desejam sequer libertar-se desta existência material nem gozar opulências materiais; seus desejos são satisfeitos pelas atividades conscientes de Kṛṣṇa. Quanto a nós [rei Yudhiṣṭhira], estamos cem por cento rendidos a Teus pés de lótus, e por Tua graça somos tão afortunadas que Te vemos em pessoa. Portanto, é natural que não tenhamos desejo algum de opulências materiais. O veredito da sabedoria védica é que Tu és a Suprema Personalidade de Deus. Quero estabelecer este fato e também mostrar ao mundo a diferença entre aceitar-Te como a Suprema Personalidade de Deus e aceitar-Te como uma poderosa personagem histórica qualquer. Quero mostrar ao mundo que é possível alcançar a mais elevada perfeição da vida apenas refugiando-se em Teus pés de lótus, exatamente como é possível satisfazer os galhos, ramos, folhas e flores de toda uma árvore apenas regando-lhe a raiz. Assim, se alguém adota a consciên­cia de Kṛṣṇa, sua vida é plena de realização tanto material como espiritual.”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī apresenta uma explicação semelhante para a afirmação do rei Yudhiṣṭhira: “Não sentimos nenhuma grande urgên­cia em executar o sacrifício Rājasūya, nem temos interesse pessoal algum nisso, pois já estamos vendo Teus pés de lótus e, por Tua misericórdia sem limites, fomos aceitos em Tua companhia pessoal. Neste mundo, entretanto, existe gente cujo coração está contaminado e que, em razão disso, pensa que não és a Suprema Personalidade de Deus, mas um homem qualquer. Ou então eles acham defeitos em Ti e até mesmo Te criticam. Isso é uma flecha que transpassa nossos corações.”

Continua: “Portanto, para arrancar essa flecha de nosso coração, devemos chamar a este lugar – a pretexto do Rājasūya – Brahmā, Rudra e outros sábios brahmacārīs e semideuses que residem em cada um dos quatorze sistemas planetários. Quando estiver reunida tão excelsa assembleia, será dever deles providenciar primeiro o agra-pūjā, ou a primeira adoração para a mais digna das pessoas presentes. E quando lhes for mostrado diretamente que Tu, o Senhor Kṛṣṇa, és a Suprema Personalidade de Deus, será arrancada a flecha que transpassa o nosso coração.”

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