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VERSO 4

patraṁ puṣpaṁ phalaṁ toyaṁ
yo me bhaktyā prayacchati
tad ahaṁ bhakty-upahṛtam
aśnāmi prayatātmanaḥ

patram — uma folha; puṣpam — uma flor; phalam — uma fruta; toyam — água; yaḥ — quem quer que; me — a Mim; bhaktyā — com devoção; prayacchati — ofereça; tal — isso; aham — Eu; bhakti-upahṛtam — oferecido com devoção; aśnāmi — aceito; prayata-ātmanaḥ — de uma pessoa em consciência pura.

Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, folhas, flores, frutas ou água, Eu as aceitarei.

SIGNIFICADO—Estas famosas palavras também são faladas pelo Senhor na Bhagavad-gītā (9.26). A tradução e os significados das palavras foram tirados da obra Bhagavad-gītā Como Ele É, de Śrīla Prabhupāda.

No contexto do presente episódio da visita de Sudāmā a Dvārakā, Śrīla Viśvanātha Cakravartī gentilmente continuou sua explicação sobre as afirmações do Senhor Kṛṣṇa: Este verso é uma resposta à ansiedade de Sudāmā, que temia que o fato de ele ter trazido um presente tão inadequado pudesse ser visto com maus olhos. O uso das palavras bhaktyā prayacchati e bhakty-upahṛtam podem parecer redundantes, pois ambas as expressões significam “oferecido com devoção”, mas bhaktyā pode indicar como o Senhor retribui a atitude devocional de quem quer que Lhe ofereça algo com amor. Em outras palavras, o Senhor Kṛṣṇa aqui declara que Sua retribuição em um intercâmbio amoroso puro não depende da qualidade externa do que é ofertado. Kṛṣṇa diz: “Algo pode ser ou não impressionante e agradável por si mesmo, mas quando Meu devoto o oferece a Mim em devoção, com a expectativa de que Eu o des­frute, isso Me dá enorme prazer; no tocante a isso, não faço discrimina­ção.” O verbo aśnāmi, “Eu como”, indica que o Senhor Kṛṣṇa, desnorteado como fica pelo amor extático que sente por Seu devoto, chega a comer uma flor, que se presta, na verdade, a ser cheirada.

Alguém, então, poderia perguntar ao Senhor: “Então, recusareis uma oferenda feita a Vós por um devoto de alguma outra deidade?­ O Senhor responde: “Sim, recusarei comê-la.” Isso o Senhor diz através da expressão prayatātmanaḥ, que sugere: “Só pelo serviço devocional a Mim é que alguém pode tornar-se puro de co­ração.”

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