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VERSO 1

śrī-śuka uvāca
athaikadā dvāravatyāṁ
vasato rāma-kṛṣṇayoḥ
sūryoparāgaḥ su-mahān
āsīt kalpa-kṣaye yathā

śrī-śukaḥ uvāca — Śukadeva Gosvāmī disse; atha — então; ekadā — certa ocasião; dvāravatyām — em Dvārakā; vasatoḥ — enquanto mora­vam; rāma-kṛṣṇayoḥ — Balarāma e Kṛṣṇa; sūrya — do Sol; uparāgaḥ — um eclipse; su-mahān — muito grande; āsīt — houve; kalpa — do dia do senhor Brahmā; kṣaye — no fim; yathā — como se.

Śukadeva Gosvāmī disse: Certa vez, enquanto Balarāma e Kṛṣṇa moravam em Dvārakā, ocorreu um grande eclipse solar, como se tivesse chegado o fim do dia do senhor Brahmā.

SIGNIFICADO—Como assinala Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, as palavras atha e ekadā são comumente usadas na literatura sânscrita para in­troduzir um novo assunto. Aqui, elas indicam em especial que a reu­nião dos Yadus e Vṛṣṇis em Kurukṣetra está sendo narrada fora da sequência cronológica.

Śrīla Sanātana Gosvāmī explica em seu comentário Vaiṣṇava-toṣaṇī que os eventos deste octogésimo segundo capítulo ocorrem depois da visita do Senhor Balarāma a Vraja (capítulo 65) e antes do sacrifí­cio Rājasūya de Mahārāja Yudhiṣṭhira (capítulo 74). Deve ser assim, pondera o ācārya, pois, durante o eclipse em Kurukṣetra, todos os Kurus, incluindo Dhṛtarāṣṭra, Yudhiṣṭhira, Bhīṣma e Droṇa, encontraram-se amigavelmente e, felizes, partilharam a companhia de Śrī Kṛṣṇa. No Rājasūya-yajña, por outro lado, o ciúme que Duryodhana sentia dos Pāṇḍavas inflamou-se de modo irrevogável. Logo depois disso, Duryodhana desafiou Yudhiṣṭhira e seus irmãos para o jogo de dados, no qual os defraudou de seu reino e mandou-os para o exí­lio na floresta. Logo depois que os Pāṇḍavas regressaram do exílio, aconteceu a grande Batalha de Kurukṣetra, durante a qual Bhīṣma e Droṇa foram mortos. Portanto, não é logicamente possível que o eclipse solar em Kurukṣetra tenha acontecido depois do sacrifício Rājasūya.

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