VERSOS 3-6
niḥkṣatriyāṁ mahīṁ kurvan
rāmaḥ śastra-bhṛtāṁ varaḥ
nṛpāṇāṁ rudhiraugheṇa
yatra cakre mahā-hradān
īje ca bhagavān rāmo
yatrāspṛṣṭo ’pi karmaṇā
lokaṁ saṅgrāhayann īśo
yathānyo ’ghāpanuttaye
mahatyāṁ tīrtha-yātrāyāṁ
tatrāgan bhāratīḥ prajāḥ
vṛṣṇayaś ca tathākrūra-
vasudevāhukādayaḥ
yayur bhārata tat kṣetraṁ
svam aghaṁ kṣapayiṣṇavaḥ
gada-pradyumna-sāmbādyāḥ
sucandra-śuka-sāraṇaiḥ
āste ’niruddho rakṣāyāṁ
kṛtavarmā ca yūtha-paḥ
niḥkṣatriyām — livre de reis; mahīm — a Terra; kurvan — tendo feito; rāmaḥ — o Senhor Paraśurāma; śastra — de armas; bhṛtām — dos portadores; varaḥ — o maior; nṛpāṇām — dos reis; rudhira — do sangue; oghena — com os dilúvios; yatra — onde; cakre — fez; mahā — grandes; hradān — lagos; īje — adorou; ca — e; bhagavān — o Senhor Supremo; rāmaḥ — Paraśurāma; yatra — onde; aspṛṣṭaḥ — não tocado; api — ainda que; karmaṇā — pelo trabalho material e suas reações; lokam — o mundo em geral; saṅgrāhayan — instruindo; īśaḥ — o Senhor; yathā — como se; anyaḥ — outra pessoa; agha — pecados; apanuttaye — a fim de dissipar; mahatyām — poderoso; tīrtha-yātrāyām — por ocasião de uma peregrinação sagrada; tatra — lá; āgan — vieram; bhāratīḥ — de Bhārata-varṣa; prajāḥ — pessoas; vṛṣṇayaḥ — membros do clã Vṛṣṇi; ca — e; tathā — também; akrūra-vasudeva-āhuka-ādayaḥ — Akrūra, Vasudeva, Āhuka (Ugrasena) e outros; yayuḥ — foram; bhārata — ó descendente de Bharata (Parīkṣit); tat — aquele; kṣetram — ao lugar sagrado; svam — deles; agham — pecados; kṣapayiṣṇavaḥ — desejoso de erradicar; gada-pradyumna-sāmba-ādyāḥ — Gada, Pradyumna, Sāmba e outros; sucandra-śuka-sāraṇaiḥ — com Sucandra, Śuka e Sāraṇa; āste — permaneceu; aniruddhaḥ — Aniruddha; rakṣāyām — para guardar; kṛtavarmā — Kṛtavarmā; ca — e; yūtha-paḥ — líder do exército.
Depois de eliminar da Terra os reis, o Senhor Paraśurāma, o principal dos guerreiros, criou grandes lagos em Samanta-pañcaka com o sangue dos reis. Embora jamais se contamine com reações kármicas, o Senhor Paraśurāma realizou sacrifícios ali para instruir as pessoas em geral – dessa maneira, agiu como um homem qualquer tentando livrar-se de pecados. De todas as partes de Bhārata-varṣa, um grande número de pessoas foi, então, para aquele Samanta-pañcaka em peregrinação. Ó descendente de Bharata, entre aqueles que chegaram ao lugar sagrado, havia muitos Vṛṣṇis, tais como Gada, Pradyumna e Sāmba, esperançosos de se livrarem de seus pecados. Akrūra, Vasudeva, Āhuka e outros reis também foram para lá. Aniruddha permaneceu em Dvārakā com Sucandra, Śuka e Sāraṇa para vigiar a cidade, juntamente com Kṛtavarmā, o comandante de suas forças armadas.
SIGNIFICADO—Segundo Śrīla Viśvanātha Cakravartī, Aniruddha, o neto de Śrī Kṛṣṇa, permaneceu em Dvārakā para proteger a cidade porque Ele é originalmente a manifestação do Senhor Viṣṇu como o guardião do planeta espiritual Śvetadvīpa.