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VERSO 57

vavanda ātmānam anantam acyuto
jiṣṇuś ca tad-darśana-jāta-sādhvasaḥ
tāv āha bhūmā parameṣṭhināṁ prabhur
beddhāñjalī sa-smitam ūrjayā girā

vavanda — prestou homenagem; ātmānam — a Si próprio; anantam — em Sua forma ilimitada; acyutaḥ — o infalível Senhor Kṛṣṇa; jiṣṇuḥ — Arjuna; ca — também; tat — dEle; darśana — pela visão; jāta — surgin­do; sādhvasaḥ — cujo espanto; tau — a eles dois; āha — falou; bhūmā — o Senhor onipotente (Mahā-Viṣṇu); parame-sthinām — dos regentes do universo; prabhuḥ — o mestre; baddha-añjalī — que ficaram de mãos postas em súplica; sa — com; smitam — um sorriso; ūjayā — po­tente; girā — com uma voz.

O Senhor Kṛṣṇa ofereceu homenagem a Si próprio em Sua forma ilimitada, e Arjuna, espantado ao ver o Senhor Mahā-­Viṣṇu, prostrou-se também. Então, enquanto os dois estavam diante dEle de mãos postas, o onipotente Mahā-Viṣṇu, mestre supremo de todos os regentes do universo, sorriu e falou-lhes com uma voz cheia de solene autoridade.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī faz as seguintes observações sobre este verso: Assim como o Senhor Kṛṣṇa ofereceu reverências à Sua pró­pria Deidade durante a adoração da colina Govardhana, da mesma forma agora também Ele prestou homenagem à Sua expansão Viṣṇu com o propósito de desempenhar Seus passatempos. O Senhor é ananta, possuidor de incontáveis manifestações, e essa forma de oito braços está entre elas. Ele é acyuta, “o que jamais cai de Sua posição”, no sentido de que nunca deixa de Se ocupar em Seus passatempos apa­rentemente humanos como um vaqueirinho de Vṛndāvana. Então, para salvaguardar a santidade especial de Seus passatempos aparen­temente humanos, Ele ofereceu reverências à Sua própria expansão plenária.

O Senhor Mahā-Viṣṇu apareceu diante de Kṛṣṇa e Arjuna como bhūmā, o sumamente opulento, e como parameṣṭhināṁ prabhuḥ, o Senhor de multidões de Brahmās que governam milhões de universos. Com solene autoridade, Ele, em obediência à intenção de Śrī Kṛṣṇa, falou de tal modo que deixou Arjuna perplexo. Seu sorriso insinuava Seus pensamentos íntimos, que Śrīla Viśvanātha Cakravartī revelou para o nosso benefício: “Meu querido Kṛṣṇa, por Teu desejo, descre­verei Minha superioridade, ainda que Eu seja Tua expansão. Ao mes­mo tempo, porém, darei a entender sutilmente em Minhas palavras a posição suprema de Tua beleza, caráter e poder e o fato de que Tu és a fonte da qual emano. Vê bem como sou sagaz – diante de Ar­juna, exponho confidencialmente a Minha verdadeira iden­tidade como não diferente de Ti.”

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