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VERSO 8

viddhaḥ sapatny-udita-patribhir anti rājño
bālo ’pi sann upagatas tapase vanāni
tasmā adād dhruva-gatiṁ gṛṇate prasanno
divyāḥ stuvanti munayo yad upary-adhastāt

viddhaḥ — atormentado por; sapatni — uma co-esposa; udita — pronunciadas por; patribhiḥ — com palavras ásperas; anti — bem diante; rājñaḥ — do rei; bālaḥ — um menino; api — embora; san — sendo assim; apagataḥ — submeteu-se a; tapase — rigorosas penitências; vanāni — em uma grande floresta; tasmai — portanto; adāt — deu como recompensa; dhruva-gatim — um caminho até o planeta Dhruva; gṛṇate — quando Lhe pediram em oração; prasannaḥ — estando satisfeito; divyāḥ — cidadãos dos planetas superiores; stuvanti — oram; munayaḥ — grandes sábios; yat — por causa disso; upari — acima; adhastāt — abaixo.

Sendo insultado pelas ásperas palavras que a co-esposa do rei falou mesmo em sua presença, o príncipe Dhruva, embora fosse apenas um menino, submeteu-se a rigorosas penitências na floresta. E o Senhor, estando satisfeito com sua oração, concedeu-lhe o planeta Dhruva, que é adorado pelos grandes sábios, que vivem nas regiões superiores e inferiores.

SIGNIFICADO—Certa vez, quando tinha apenas cinco anos de idade, o príncipe Dhruva, um grande devoto e filho de Mahārāja Uttānapāda, estava sentado no colo de seu pai. Sua madrasta não gostou de ver o rei acariciando seu enteado e, por isso, ela o repeliu, dizendo que ele não podia pedir para se sentar no colo do rei, visto que não nascera do ventre dela. O menininho sentiu-se insultado com esse ato de sua madrasta. E seu pai não esboçou nenhuma reação, pois estava muito apegado à sua segunda esposa. Após esse incidente, o príncipe Dhruva foi até sua própria mãe e se queixou. Sua verdadeira mãe também não era capaz de tomar nenhuma providência contra esse comportamento insultuoso, em virtude do que ela chorou. O menino perguntou à sua mãe como ele poderia ocupar o trono real de seu pai, e a própria rainha respondeu que somente o Senhor poderia ajudá-lo. O menino indagou onde o Senhor poderia ser visto, e a rainha respondeu que ouvira dizer que o Senhor às vezes é visto pelos grandes sábios na densa floresta. O pequenino príncipe decidiu ir à floresta para realizar rigorosas penitências a fim de alcançar seu objetivo.

O príncipe Dhruva realizou uma estrita espécie de penitência sob a instrução de seu mestre espiritual, Śrī Nārada Muni, a quem a Personalidade de Deus atribuiu esse propósito específico. O príncipe Dhruva foi iniciado por Nārada no canto do hino composto de dezoito letras, a saber, oṁ namo bhagavate vāsudevāya, e o Senhor Vāsudeva encarnou como Pṛśnigarbha, a Personalidade de Deus com quatro braços, e concedeu ao príncipe um planeta específico, situado acima das sete estrelas. O príncipe Dhruva, após alcançar sucesso em suas práticas, viu o Senhor face a face, e ficou contente com o fato de que todas as suas necessidades foram satisfeitas.

O planeta concedido ao príncipe Dhruva Mahārāja é um planeta Vaikuṇṭha fixo, instalado na atmosfera material por vontade do Senhor Supremo, Vāsudeva. Esse planeta, embora dentro do mundo material, não será aniquilado no momento da devastação, mas permanecerá fixo em seu lugar. E como é um planeta Vaikuṇṭha que jamais será aniquilado, ele é adorado até mesmo pelos cidadãos das sete estrelas situadas abaixo do planeta Dhruva, e adorado até mesmo pelos cidadãos dos planetas que estão acima do planeta Dhruva. O planeta de Maharṣi Bhṛgu está situado acima do planeta Dhruva.

Então, o Senhor encarnou como Pṛśnigarbha somente para satisfazer um devoto puro do Senhor. E o príncipe Dhruva alcançou essa perfeição com o simples canto do hino acima mencionado, após ser iniciado por outro devoto puro, Nārada. Uma personalidade séria pode assim alcançar a perfeição máxima de encontrar-se com o Senhor e alcançar seu objetivo com a simples orientação de um devoto puro, que automaticamente se aproxima quando alguém tem a séria determinação de encontrar-se com o Senhor por todos os meios.

A descrição das atividades do príncipe Dhruva pode ser lida minuciosamente no quarto canto do Śrīmad-Bhāgavatam.

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