VERSO 4
sanakaṁ ca sanandaṁ ca
sanātanam athātmabhūḥ
sanat-kumāraṁ ca munīn
niṣkriyān ūrdhva-retasaḥ
sanakam — Sanaka; ca — também; sanandam — Sananda; ca — e; sanātanam — Sanātana; atha — em seguida; ātma-bhūḥ — Brahmā, que é autógeno; sanat-kumāram — Sanat-kumāra; ca — também; munīn — os grandes sábios; niṣkriyān — livres de toda ação fruitiva; ūrdhva-retasaḥ — aqueles cujo sêmen é sublimado.
No começo, Brahmā criou quatro grandes sábios chamados Sanaka, Sananda, Sanātana e Sanat-kumāra. Nenhum deles tinha desejo de adotar atividades materialistas porque eram altamente elevados devido a que seu sêmen era sublimado.
SIGNIFICADO—Embora Brahmā criasse os princípios da ignorância por uma questão de necessidade para aquelas entidades vivas destinadas à ignorância pela vontade do Senhor, ele não estava satisfeito de executar uma tarefa tão ingrata. Portanto, ele criou quatro princípios de conhecimento: sāṅkhya, ou filosofia empírica para o estudo analítico das condições materiais; yoga, ou misticismo para a liberação da alma pura do cativeiro material; vairāgya, ou aceitação de completo desapego do gozo material na vida para elevação à máxima compreensão espiritual; e tapas, ou os vários tipos de austeridades voluntárias executadas para se obter a perfeição espiritual. Brahmā criou os quatro grandes sábios Sanaka, Sananda, Sanātana e Sanat para confiar-lhes esses quatro princípios de avanço espiritual, e eles inauguraram seu próprio grupo espiritual, ou sampradāya, conhecido como Kumāra-sampradāya, ou, mais tarde, como Nimbārka-sampradāya, para o avanço de bhakti. Todos esses grandes sábios tornaram-se grandes devotos, pois, sem serviço devocional à Personalidade de Deus, não se pode obter êxito em nenhuma atividade de valor espiritual.