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VERSO 47

sparśas tasyābhavaj jīvaḥ
svaro deha udāhṛta
ūṣmāṇam indriyāṇy āhur
antaḥ-sthā balam ātmanaḥ
svarāḥ sapta vihāreṇa
bhavanti sma prajāpateḥ

sparśaḥ — o conjunto de letras desde ka até ma; tasya — sua; abhavat — tornou-se; jīvaḥ — a alma; svaraḥ — vogais; dehaḥ — corpo; udāhṛtaḥ — foram expressas; ūṣmāṇam — as letras śa, ṣa, sa e ha; indriyāṇi — os sentidos; āhuḥ — são chamados; antaḥ-sthāḥ — conjunto de letras assim conhecido (ya, ra, la e va); balam — energia; ātmanaḥ — de seu eu; svarāḥ — música; sapta — sete; vihārea — pelas atividades sensoriais; bhavanti sma — manifestaram-se; prajāpateḥ — do senhor das entidades vivas.

A alma de Brahmā manifestou-se como os alfabetos táteis, seu corpo como as vogais, seus sentidos como os alfabetos sibilantes, sua força como os alfabetos intermediários e suas atividades sensorial como as sete notas musicais.

SIGNIFICADO—Em sânscrito, há treze vogais e trinta e cinco consoantes. As vogais são a, ā, i, ī, u, ū,,,, e, ai, o, au, e as consoantes são ka, kha, ga, gha, etc. Entre as consoantes, as primeiras vinte e cinco letras chamam-se sparśas. Também há quatro antaḥ-sthas. Entre as ūṣmas, há três “s”s, chamados tālavya, mūrdhanya e dantya. As notas musicais são ṣa,,, ma, pa, dha e ni. Todas essas vibrações sonoras são originalmente denominadas śabda-brahma, ou som espiritual. Afirma-se, portanto, que Brahmā foi criado no Mahā-kalpa como a encarnação do som espiritual. Os Vedas constituem o som espiritual, daí não haver necessidade de interpretação material para a vibração sonora da literatura védica. Os Vedas devem ser vibrados como eles são, embora sejam simbolicamente representados com letras que nos são materialmente conhecidas. Em última análise, nada há de material porque tudo tem sua origem no mundo espiritual. A manifestação material, portanto, chama-se “ilusão” no sentido apropriado do termo. Para aqueles que são almas realizadas, nada existe senão o espírito.

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