VERSO 28
ghrāṇena pṛthvyāḥ padavīṁ vijighran
kroḍāpadeśaḥ svayam adhvarāṅgaḥ
karāla-daṁṣṭro ’py akarāla-dṛgbhyām
udvīkṣya viprān gṛṇato ’viśat kam
ghrāṇena — farejando; pṛthvyāḥ — da Terra; padavīm — situação; vijighran — procurando a Terra; kroḍa-apadeśaḥ — assumindo o corpo de um javali; svayam — pessoalmente; adhvara — transcendental; aṅgaḥ — corpo; karāla — medonhas; daṁṣṭraḥ — dentes (presas); api — apesar de; akarāla — não amedrontador; dṛgbhyām — com Seu olhar; udvīkṣya — olhando para; viprān — todos os devotos-brāhmaṇas; gṛṇataḥ — que estavam recitando orações; aviśat — entrou; kam — a água.
Ele era o Supremo Senhor Viṣṇu em pessoa e, portanto, era transcendental. No entanto, porque tinha o corpo de um javali, procurou a Terra farejando. Suas presas eram medonhas, e Ele olhava para os devotos-brāhmaṇas ocupados em oferecer orações. Então, Ele entrou na água.
SIGNIFICADO—Devemos sempre lembrar que, embora o corpo de um javali seja material, a forma de javali do Senhor não era materialmente contaminada. Não é possível que um javali terreno assuma uma forma gigantesca, estendendo-se por todo o céu, a começar de Satyaloka. Seu corpo é sempre transcendental em todas as circunstâncias; portanto, o fato de Ele assumir a forma de um javali é apenas Seu passatempo. Seu corpo são todos os Vedas, ou seja, é transcendental. Entretanto, uma vez que Ele tinha assumido a forma de um javali, Ele começou a procurar a Terra farejando, tal qual um javali. O Senhor pode desempenhar perfeitamente o papel de qualquer entidade viva. O aspecto gigantesco do javali era certamente muito amedrontador para todos os não-devotos, mas, para os devotos puros do Senhor, Ele não era em nada medonho; pelo contrário, Ele estava olhando tão amavelmente para Seus devotos que todos eles sentiram felicidade transcendental.